Jamil visita Cracolândia e vê pouco resultado da Operação Militar
O vereador Jamil Murad (PCdoB), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, percorreu as ruas do centro de São Paulo, conversou com uma equipe de guardas-civis e visitou a Tenda Mauá, conveniada da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) que recebe crianças e adolescentes da região.
acompanhar de perto, andar pelos arredores, conversar com comerciantes e funcionários da prefeitura o vereador constata que o fim da Cracolândia precisa de um planejamento mais apurado com a participação da Prefeitura, governo estadual, Ministério da Saúde e Poder Judiciário.
Ação isolada
Após os diálogos, o vereador comunista observou que no local há apenas uma ação de segurança, sem outras áreas importantes para o encaminhamento dos usuários de crack para centros de tratamento e acompanhamento social.
Um dos guardas-civis confirmou a verificação de Jamil. “Na prática essa ação só provoca dispersão dos usuários de crack”, disse o guarda que pediu para não ser identificado.
Outro funcionário da Secretaria de Assistência Social confirmou que a ação não foi planejada conjuntamente com a Prefeitura. “Ontem não sabíamos o que fazer aqui”, relatou outro funcionário que prefere não ser identificado.
“Com indignação constatei que a Prefeitura, através da Secretaria de Saúde e da SMADS e também o Poder Judiciário foram excluídos do plano de ação”, afirmou Murad.
Para Jamil é urgente e indispensável que se faça uma ação integrada dos três níveis de governo, unindo segurança, saúde, assistência social, judiciário e sociedade civil.
Pouco resultado
Mesmo com todo o aparato policial, ao lado de uma base móvel da Polícia Militar havia um grande grupo de pessoas usando crack, além de diversas pessoas utilizando a droga em outros pontos.
Essa imagem demonstra a ineficiência da ação militar, por limpar uma determinada área e espalhar os dependentes químicos por outras ruas e regiões da cidade.
“Só podemos vencer com união, solidariedade e compromisso mais profundo com o futuro da sociedade, pensando e agindo a médio e longo prazo. Sem desespero e pirotecnia visando resultados instantâneos e imediatos”, concluiu o presidente da Comissão de Direitos Humanos.
A Comissão de Direitos Humanos encaminhará um requerimento solicitando informações sobre o plano de ação da Operação Militar.
Com informações da Assessoria de Jamil Murad
no site Vermelho.org.
1 comentário
O fato é que essa operação, além de abrir possibilidades de aplicação de uma política de limpeza social, pode criar precedentes para a internação compulsória em massa.
Essa é, por exemplo, a opinião do desembargador Antonio Carlos Malheiros, coordenador da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que acompanha a situação dos dependentes químicos na região há cinco meses: “as pessoas não podem ser tratadas como lixo humano que deve ser varrido para debaixo do tapete.”
http://www.scmcampinas.blogspot.com/2012/01/cracolandia-as-pessoas-nao-podem-ser.html
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