Os parlamentares norte-americanos autorizaram oficialmente seu exército a dedicarem-se à chamada "ações militares cinéticas", nada mais do que um eufemismo triste para não dizer literalmente "guerra".
Como sempre nestes casos, o anúncio não veio com alarde, mas discretamente, em um pequeno parágrafo que integra o orçamento militar até 2012. Pode ser mais insidiosa, mas não mais clara.
O orçamento militar, aprovado com a classificação da lei, declara o seguinte: “Congresso afirma que o departamento de defesa tem potencial e, sob a orientação específica, pode realizar operações ofensivas no ciberespaço para defender nossa nação, parceiros e outros interesses, de acordo com os princípios e sistemas legais que o Departamento define para o potencial cinético, incluisve dentro de conflitos armados e diante da resolução depoderes de guerra”.
Propositadamente obscuro, o texto acima reconhece como “capacidades cinéticas” e “princípios e sistemas legais”, se alguém não se recorda, a intervenção do exército norte-americano na Líbia, na guerra que iniciou a derrocada de Kadafi,k e que não foi uma “guerra”, mas uma “ação cinética militar”.
E por que chamar de ação cinética e não de guerra? Porque para o presidente dos Estados Unidos declarar uma guerra ele tem que pedir permisssão ao Congresso e ser por esse autorizado. Isso não ocorreu no que se refere à Líbia.
Mas com a autorização nas entrelinhas do documento acima, o presidente dos Estados Unidos e seu comandante-chefe de Exército agora têm caminho livre para declarar, também, a guerra na internet quando tiverem vontade, sem a necessidade de seguir os princípios e sistemas legais” que exigem permissão do Congresso.
Também há outros termos obscuros, como, por exemplo, o que eles consideram uma “ação ofensiva”? Embora não especificado, a Estratégia do Pentágono para a Segurança na Internet, outro bonito eufemismo, já se ocupou de definir o teor dessa tal ofensiva há meses.
Vale explicar que as “ações ofensivas” podem incluir o lançamento de virus de todo tipo, a destruição de serviços e a possibilidade de invadir os sistemas de controle de energia em outros países, desabilitando suas redes elétricas e gerando apagões completos.
Frisamos o fato de que as ações “podem incluir” porque não há precedentes em relação a uma net war ou guerra cibernética, e essas ações podem receber como respostas verdadeiros ataques bélicos, tendo-se em vista tudo o que foi apontado como ofensivas neste texto.
Essa ameaça bélica é ipatrocinada pela ciber-paranoia, que profetiza toda sorte de ciber-apocalipse e outras ciber-engodos para promover o medo.
Não há registro de nenhum ataque de hackers que tenha colocado em real perigo, nem sequer em risco, as “infraestruturas altamente dependentes da internet”.
Fonte: Cubadebate, com informacões de Tribuna Popular TP/ ABNA
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