18 de agosto de 2011

Governo cobra gráfica da Folha por dano ao Enem


Governo cobra gráfica da Folha por dano ao EnemFoto: REUTERS

VAZAMENTO DE PROVA EM 2009 CUSTOU R$ 46 MILHÕES AOS COFRES DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO; GRÁFICA PLURAL, DA EMPRESA DE OTÁVIO FRIAS FILHO , ERA RESPONSÁVEL PELA IMPRESSÃO; SERIA ESSA A PRIMEIRA BRIGA DA GESTÃO DILMA COM UM GRUPO DE COMUNICAÇÃO?

18 de Agosto de 2011 às 13:08

247 - A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma ação na Justiça exigindo ressarcimento pelo vazamento da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2009, que causou um prejuízo de R$ 46 milhões ao Ministério da Educação (MEC), em valores corrigidos. À época, o desenvolvimento da prova era responsabilidade do Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção (Connasel), que imprimiu o exame na Gráfica Plural (parceria entre o grupo Folha e a Quad Graphics), de onde a cópia da prova foi roubada.

Contratada pelo Connasel para dar acabamento a duas provas diferentes e imprimir um total de 9,4 milhões de exemplares, a Plural sempre negou responsabilidade no vazamento e alega ter cumprido todas suas obrigações de segurança. Nesta semana, quatro dos cinco acusados de participar do crime foram condenados por violação de sigilo funcional e corrupção passiva. Considerado o mentor do roubo pela Polícia Federal, Felipe Pradella pegou cinco anos e três meses de prisão.

Filipe Ribeiro Barbosa e Marcelo Sena Freitas foram condenados a 4 anos e 6 meses em reclusão de regime semiaberto e Gregory Camillo teve a pena revertida em prestação de serviços comunitários. O quinto réu, Luciano Rodrigues, foi absolvido. Pradella, Barbosa e Freitas eram funcionários da Gráfica Plural na época do vazamento e o esquema foi descoberto quando eles tentaram vender o material a jornalistas por R$ 500 mil.

O vazamento da prova culminou no cancelamento do Enem dias antes da data programada, prejudicando quatro milhões de estudantes e demandando um gasto 30% maior que o planejado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), vinculado ao MEC. Para o Ministério, esgotaram-se as possibilidades de cobranças administrativas ao consórcio e o caso só pode ser resolvido na Justiça. O Connasel prometeu se manifestar publicamente nesta quinta-feira sobre o assunto.

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