8 de abril de 2011

Trabalhemos juntos pela cultura da Paz nas nossas escolas.



Muito se tem especulado sobre a tragédia ocorrido na escola MunicipalTasso da Silveira do Rio de Janeiro ontem, 8 de abril.
A imprensa está agitadíssima com pauta para mais de uma semana e assuntos mil para tentar explicar o ato bárbaro cometido contra estudantes do ensino fundamental., crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos.
O autor do ato, Wellington Menezes de Oliveira, seria sociópata, psicopáta, evangélico fanático, portador do virus HIV, muçulmano, terrorista e outras sandices mais que apareceram nos noticiários da TV, do rádio e na internet.
Nenhuma hipótese pode ser descartada de antemão, exceto a imbecilidade de querer transformar um jovem atormentado em terrorista muçulmano, pois isso já seria uma loucura equivalente ao ato cometido por ele.
Acompanhei a repercussão da tragédia pelo Twitter e me chamou a atenção de que quase ninguém tenha se surpreendido com o fato do "sociópata ou psicopáta" ter cometido o ato bárbaro justamente na escola em que estudou durante 4 anos.
As escolas fazem parte de nossas melhores lembrança da infância, é o local do crescimento pessoal, das primeiras descobertas do mundo letrado, das amizades mais afetuosas e desinteressadas, das emoções sentidas na descoberta do primeiro amor, das doces lembranças da professora que primeiro nos conduziu para o mundo, fora da casa materna.
Se peguntarmos a qualquer pessoa o nome de sua primeira professora, ela se lembrará mesmo depois de vários anos.
Porém, o espaço escolar é também lembrado por muitos como o local onde foi hostilizado e ridicularizado por colegas mais violentos ou mais gozadores.
Quem uma vez na vida não ganhou um apelido jocoso ou o colocou em algum colega de escola?
Não me agrada nem um pouco os modismos pedagógicos que vez por outra aparecem no cenário educativo e são reproduzidos ad eternun por professores, diretores e pela mídia como se a pólvora tivesse sido redescoberta.
É o caso do desgastado "buyling".
Muito papel já foi gasto para teorizar sobre o tema, palestrantes ganham muito dinheiro em escolas particulares e públicas com uma verborragia vazia e depois de algum tempo o termo cairá em desuso,sendo substituído por outro mais "moderninho", mas a realidade continua inalterada.
Crianças e jovens são irreverentes, gozadores e cruéis quando estão em grupo. Isso é regra e faz parte do crescimento do ser humano e da formação da personalidade de cada um.
Quando uma criança tem um comportamento agressivo, egoísta, gozador, etc., sofrerá a reação do grupo e isto a ensinará a interagir com o grupo de maneira mais suave, preparando-a para viver no mundo. Faz parte do processo de crescimento do ser humano.
À escola compete orientar as crianças e mostrar-lhe, com os conflitos surgidos no dia a dia, que o comportamento que gerou o conflito é reprovável pela escola e pela sociedade.
Ninguém morreu, ou matou, por ser chamado na infância e na adolescência de gordo baleia, de cabeção, de orelhudo, de "CDF" ou nerd. Ao contrário, esses apelidos servem para que o indivíduo tenha a percepção de como é visto pelo grupo e busque a superação, ou aceitação, de sua condição física ou intelectual e que refine seus critérios para escolher seus amigos.
A escola deveria administrar os conflitos surgidos dessas situações e cumprir o seu papel de formadora de cidadãos, que aceitem e covivam harmonicamente com os diferentes .Esse termo "educar para a cidadania" aparece em todos os projetos pedagógicos de todas as escolas, públicas e particulares, mas sair do papel é que são elas.
O caso do atirador da escola do Realengo é diferente. O jovem, seguramente, era portador de alguma patologia que se manifestou, ou intensificou, diante das dificuldades que vida impõem ao crescimento e formação da personalidade humana e isso é assunto para ser estudado e discutido por profissionais de saúde mental.
Dessa tragédia fica um alerta para toda a sociedade brasileira:
O que está acontecendo com as nossas escolas?
Por que esse jovem passou 4 anos dentro dessa escola e ninguém percebeu, ou se percebeu não alertou as autoridades de saúde mental para a possibilidade de se estar criando uma verdadeira bomba ambulante?
Que tipo de agressões físicas e ou emocionais sofreu esse jovem, durante os quatro anos que esteve nessa escola, o tal do "bullying", para que abrisse as comportas de sua louca agressividade justamente na escola em que estudou?
São muitas perguntas, muitas teorias, muita especulação. Talvez não tenhamos as respostas para esclarecer esse episódio, mas que a vida dessas meninas e meninos perdidas tão precocemente sirva para nos alertar da gravidade da situação por que passam nossas escolas.
A tragédia da escola Municipal Tasso da Silveira é um grito de socorro da educação pública brasileira, se a sociedade inteira não se mobilizar para entender esse grito, temo que outros Welligntons estejam sendo formados e outras tragédias ainda nos farão lamentar a vida de outras crianças e adolescentes.
Não há saídas fáceis.
Trabalhemos juntos!




3 comentários

Lauro

Mas ficou provado que ele possuía problemas mentais detectáveis?

Raquel Volpato Serbino

Vejo tudo diferente, pelo avesso.
O psicopata planejava seu ato heróico, o mais notável de sua existência. E tinha desistido da vida. Então, escolheu como palco do seu gesto triunfal a sua meiga escola, o único "útero social" que experiemtou.Nos demais ambientes, inclusive o familiar, foi rejeitado, talvez pela sua insanidade. No interior da escola sentiu-se à vontade e protegido para dar vazão à sua loucura.Não alvejou professores.Penso que ele não tivesse identidade com outras instituições que não a escola. Em cinemas, shoppings, praças públicas, igrejas talvez ele não se sentisse a vontade para dar conta de seu intento (que para ele significou o único heroismo de sua vida)!!!!!!
raciocínio CONTRADITÓRIO, MALUCO...talvez! Mas uma possibilidade a não ser descartada.

João

Bullyin não é ficção científica.
Escola sinônimo de útero é quase improvável.
Simples assim.