9 de março de 2011

MADISON - O GRITO DE GUERRA DOS TRABALHADORES NOS EUA

MADISON – O GRITO DE GUERRA DOS TRABALHADORES NOS EUA


Laerte Braga


O discurso do cineasta Michael Moore, em Madison, capital do estado do Wisconsin, diante de milhares de trabalhadores que protestavam contra o corte de direitos e benefícios assegurados em lei, é um dos mais importantes gritos dentro do território continental norte-americano contra a barbárie e hipocrisia que caracteriza aquele extinto pais, hoje, um conglomerado terrorista formado a partir de bancos, indústria bélica, grandes empresas e latifúndio. EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Michael Moore falou em EUA BUSINESS, o país dos “negócios”.

A crise econômica deste início de século levou milhões de norte-americanos a perderem suas casas, seus empregos, suas aposentadorias e pensões e todo o processo que Barack Obama chama de “recuperação da economia” se volta para o terror contra nações ao redor do mundo e o fortalecimento do mundo empresarial do seu país.

Os primeiros bilhões de dólares doados pelo governo à indústria, no início do governo Obama, boa parte deles, foi transformada em bônus para executivos de empresas falidas como a GENERAL MOTORS. O próprio presidente teve que intervir diante da repercussão negativa do fato e fingiu que mudava alguma coisa.

Diz Moore – “ao contrário do que diz o poder, que quer que vocês desistam das pensões e aposentadorias, que aceitem salários de fome e voltem para casa em nome do futuro dos netos de vocês, os EUA não estão falidos. Longe disso. Os EUA nadam em dinheiro. O problema é que o dinheiro não chega até vocês, porque foi transferido, no maior assalto da história, dos trabalhadores e consumidores, para os bancos e portfólios d hiper mega super ricos”.

E, “hoje, 400 norte-americanos têm a mesma quantidade de dinheiro que metade da população dos EUA, somando-se o dinheiro de todos”.

“Vou repetir. Quatrocentos norte-americanos obscenamente ricos, a maior parte dos quais foram beneficiados no resgate de 2008 (ajuda às empresas) pago aos bancos, com muitos trilhões de dólares dos contribuintes, têm a mesma quantidade de dinheiro, ações e propriedades que tudo que 155 milhões de norte-americanos conseguiram juntar ao longo da vida, tudo somado. Se dissermos que fomos vítimas de um golpe de estado financeiro, não estamos apenas certos, mas além disso, também sabemos, no fundo do coração, que estamos certos”.

“Não é fácil dizer isso e sei por quê. Para nós, admitir que deixamos um pequeno grupo roubar praticamente toda a riqueza que faz andar nossa economia é o mesmo que admitir que aceitamos humilhados a idéia de que, de fato, entregamos sem luta a nossa preciosa democracia à elite endinheirada. Wall Street, os bancos, os 500 da revista FORTUNE (que listas os mais ricos do país) governam hoje essa República – e até o mês passado, todos nós, o resto, os milhões de norte-americanos nos sentíamos impotentes, sem saber o que fazer.”

“A loucuras que fizeram em Wall Street custou-nos milhões de empregos. O Estado está arrecadando menos. Todos estamos sofrendo como efeito do que os ricos fizeram”.

“Mas os EUA não estão falidos amigos. Wisconsin não está falido. Repetir que o país está falido e repetir uma enorme mentira. As três maiores mentiras da década são: 1) os EUA estão falidos; 2) há armas de destruição em massa no Iraque e 3) os Packers não ganharão o Super Bowl sem Brett Favre”.

E sobre políticos.

“A verdade é que há muito dinheiro por aí. MUITO. O caso é que os homens do poder enterraram a riqueza num poço profundo, bem guardado, dentro dos muros de suas mansões. Sabem que cometeram crimes para conseguir o que conseguiram e sabem que, mais dia, ou menos dias, vocês vão querer recuperar a parte daquele dinheiro que é de vocês. “Então, compraram e pagaram centenas de políticos em todo o país para conduzirem a jogatina em nome deles. Mas, para o caso do golpe micar já cercaram seus condomínios de luxo e mantêm abastecidos, prontos para decolar, os jatos particulares, motor ligado, à espera do dia, que sonham eles, jamais virá. Para garantir que aquele dia nunca chegasse, o dia em que os norte-americanos exigiriam que seu país lhes fosse devolvido, os ricos tomaram duas providências bem espertas:

1- controlam todas as comunicações (qualquer semelhança com o Brasil não é coincidência). Como são donos de praticamente todos os jornais e redes de televisão, espertamente conseguiram convencer muitos norte-americanos mais pobres a comprar a versão deles do Sonho Americano e eleger candidatos deles, dos ricos. Aqui é a América onde tudo pode acontecer, se você insistir e nunca desistir de tentar...”


“E convenientemente para eles, encheram vocês com os exemplos convincentes, que mostram que um menino pobre pode enriquecer, como um filho criado sem pai, pode ser presidente, como um rapaz que mal concluiu o ginásio pode virar cineasta de sucesso. E repetirão essas histórias, mais e mais, o dia inteiro, até que vocês passem a viver como se nunca, nunca, precisassem agitar a realidade – porque sim, você – você, você mesmo – pode ser rico/presidente/ganhar o Oscar algum dia!”

“A mensagem é clara: continuar a viver de cabeça baixa, nariz virado para o trilho, não sacuda o barco e vote no partido que hoje o rico que você será algum dia”.

Moore prossegue denunciando a “invenção” da crise e as versões fantasmagóricas que venderam ao povo, de perda de empregos, de economia em falência, bancos quebrando, no que chama de “super chantagem”, acusando as instituições financeiras de fazer uma pirâmide com o dinheiro do povo norte-americano.

Conhecemos essa história de pirâmide e sabemos como termina.

O terror foi tal, diz o cineasta, que as pessoas não se importavam que seu dinheiro estivesse sendo levado, no medo e no pânico de perderem tudo.

Sobre os técnicos, os economistas no poder, os que cortam orçamentos, assim se expressou Moore:

“Os economistas executivos, nas salas de reunião e nos fundos, rolavam de rir. De júbilo. E em três meses lá estavam eles entregando eles, uns aos outros, os cheques dos ricos bônus obscenos, maravilhados com o quão perfeita e absolutamente haviam conseguido roubar uma nação de otários. Milhões perderam empregos: pagaram pela chantagem e mesmo assim perderam empregos e milhões perderam casas, mas ninguém assim ninguém saiu às ruas. Não houve revolta.

ATÉ QUE,,, COMEÇOU” EM WISCONSIN”

“VOCÊS ACORDARAM O GIGANTE ADORMECIDO – A GRANDE MULTIDÃO DE TRABALHADORES DOS EUA. AGORA A TERRA TREME SOB OS PÉS DOS QUE CAMINHAM E ESTÃO AVANÇANDO”

“A MENSAGEM DE WISCONSIN inspirou gente em todos os 50 estados dos EUA. A mensagem é basta. CHEGA” BASTA”.

“... NÃO SOMOS, NÃO QUEREMOS CONTINUAR A SER, OS ESTADOS DOS BUSINESS UNIDOS DA AMÉRICA!

“COMO FAZER ACONTECER? ORA, ESTAMOS FAZENDO AQUI UM POUCO O QUE O EGITO ESTÁ FAZENDO LÁ. E O EGITO FAZ LÁ, UM POUCO DO QUE MADISON ESTÁ FAZENDO AQUI”

“... O que está acontecendo é que os EUA não estão falidos. A única coisa que faliu nos EUA foi a bússola moral dos governantes. Viemos para consertar a bússola e levarmos o barco, nos mesmo”.

A íntegra do discurso de Moore pode ser lida em http://redecastorphoto.blogspot.com/.

E não me venham dizer que chamar Obama de branco engraxado de graxa preta é racismo. É não. Racista é ser Obama.

Que os líbios sejam poupados das humilhações impostas aos iraquianos, aos afegãos, aos colombianos (país ocupado pelos EUA com governo títere e controlado pelo narcotráfico). Que os povos europeus – os dos países da comunidade européia – entendam que não são nada, apenas colônias norte-americanas cercadas de bases da OTAN por todos os lados.

E que quando David Cameron se referiu ao fim do multiculturalismo, a possibilidade de paz entre diferentes, estava apenas refletindo o ponto de vista dos 400 bilionários norte-americanos que hoje controlam o suposto primeiro-ministro inglês, no duro mesmo, editor de MEIN KAMPF.

Nem o mais ousado autor de ficção, o mais imaginativo, foi capaz de pensar uma organização terrorista do porte de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

O que Moore afirma que começou em Madison e não pode parar, vale para o mundo inteiro, inclusive o Brasil onde Moreira Franco é ministro de Assuntos Estratégicos.

E onde Ana Maria Braga quer saber “como está o ambiente aí, muito triste?”

Aqui, a mídia comprada chegou à conclusão que é mais fácil emburrecer colocando uma idiota a falar idiotices todas as manhãs, até que chegue a turma da tarde e tudo termine na glória eterna do JORNAL NACIONAL, com as verdades absolutas.

Mas nada de Madison. Para eles Madison não existe, como não existimos senão como escravos do processo político e econômico que nos governa.

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