No mínimo, algumas verdades.
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Depois de quase um mês parado, o blog do Garfar está de volta e, em meio a tanta palhaçada entorno da votação do salário mínimo, tento trazer algumas verdades que a grande mídia não trouxe a luz.
Todos sabem, o aumento para R$545 é ridículo.
O que pouco se falou foi da manobra tácita articulada entre governo e oposição para aprovar a matéria.
Depois de muito aparecer – o que sabe fazer de melhor – Paulinho (PDT/SP) e a Força Sindical chegaram aos números com mais chances de vitória. Ao lado do pequeno bloco formado por PV e PPS, o PDT propôs uma antecipação do salário do ano que vem para esse ano.
Isso quer dizer que o mínimo receberia um reajuste para 560 em 2011, mas ano que vem continuaria subindo para 615. Ou seja, aquele cálculo acordado entre as centrais e o Lula – PIB de 2 anos atrás + inflação – incidiria sobre 545, não sobre 560. Essa opção, se não saísse vencedora, levaria consigo boa parte dos deputados governistas, abrindo uma pequena crise entre Dilma e sua base na Câmara.
A jogada oportunista da oposição Demoníaca foi atropelar a proposta da Força Sindical e propor R$560 sem que fosse uma antecipação. E, pior, a proposta do DEMO era eliminar do texto legal a garantia do crescimento do mínimo nos próximos 4 anos, decretada por Lula em 2007 e enviada por Dilma à Câmara como projeto de Lei. Ou seja, ao mesmo tempo que propunha aumentar o salário para R$560, a oposição Demoníaca quis a acabar com a regra que valoriza o salário mínimo.
A derrota da proposta dos democratas eram favas quase contadas. O que ACM Neto quis foram 20 segundo no Jornal Nacional, discursando em defesa do trabalhador. Os democratas quiseram o palanque para defender os R$560, mas atuaram nos bastidores para defender o salário mínimo de R$545.
A proposta, possivelmente vencedora do Paulinho da Força sequer foi votada.
Algo que precisa ser dito é que ontem não foi aprovado apenas o salário mínimo de 2011, e sim a forma com ele será calculado até 2015. O decreto acordado entre Lula e as centrais em 2007 - PIB de 2 anos atrás + inflação – foi enviado por Dilma e aprovado pela Câmara com força de lei até 2015. Os trabalhadores terão aumento real, de forma sustentada, por pelo menos mais quatro anos.
Isso quer dizer que se o país mantiver um crescimento de 5% e uma inflação de 4% nos próximos anos, o salário mínimo vai fechar o governo Dilma na casa do R$800.
O decreto de Lula prevê o mesmo cálculo até 2023. Mesmo com uma desaceleração (natural) da economia brasileira, é bastante provável que o mínimo feche esse ciclo histórico na casa dos R$1500.
Era isso que ACM Neto realmente combatia, ao defender os trabalhadores da tribuna da Câmara.
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