1 de novembro de 2010

Qual foi a contribuição da campanha de ódio e intolerância do candidato derrotado José Serra?

Nem mesmo terminou a festa da vitória de Dilma Rousseff e já percebemos no twitter, na TV e nas ruas o clima de rancor e vingança alimentado pelo candidato que se pretende ser o líder da oposição brasileira.
Em seu discurso de derrotado José Serra já mandou o recado.
No Twitter, ontem logo após a finalização da apuração, já começaram a aparecer as manifestações de ódio e preconceito contra nordestinos. Leia aqui
Esse traço da personalidade do povo brasileiro sempre foi escamoteado pela literatura e até por certas correntes da sociologia brasileira, o mito da democracia racial e do povo tolerante e pacífico.
A campanha de José Serra, parece, foi o estopim para fazer aflorar essas manifestações escondidas sob a aparente mansidão do povo brasileiro.
Na verdade isso é alimentado diariamente na mídia, de forma velada ou nos programas humorísticos que com aquela gaitice canalha, exploram e estimulam o preconceito contra negros, nordestinos, mulheres , homosexuais e velhos.
O insoso Gentilli, apresentador do programa CQC. deu início ao incidente em Brasilia com militantes que festejavam a vitória de Dilma, chamando uma militante de velha. Como se velho fosse um xingamento ou ofensa.
Ao me dirigir à Av Paulista para a festa da militância paulista ontem passei pela calçada de um bar, desses que colocam as mesas nas calçadas de maneira irregular para que os clientes possam fumar, e parei para assitir na TV. desse bar o discurso de Dilma Rousseff.
Numa mesa, um grupo de quatro jovens paulistanos típicos, olharam com desdém para minha camiseta vermelha e minha bandeira do PT. Sorri para eles e arrisquei um "olê, olê, olá: Dilma, Dilma.
Uma das jovens, com ódio no olhar me perguntou se eu iria pagar as cervejas que estavam bebendo. Respondi que adoraria, mas estava sem dinheiro. Imediatamente os quatro em tom de deboche me disseram que usasse o bolsa família para pagar as cervejas. Tentei argumentar civilizadamente com eles sem sucesso.
Virei as costas para seguir meu caminho quando um dos jovens, o mais musculoso e exibido disparou a pérola machista: mas a senhora, apesar de petista, é muito gostosa, eu traço!
Voltei e pedi que ele repetisse, ele repetiu!
Meu primeiro impulso foi dar-lhe um safanão, mas como um pouco adiante estavam meu marido e meu filho desisti, para evitar um tumulto maior.
O garotão paulistano aprendeu direitinho com seu líder José Serra como se deve tratar uma mulher, jovem ou mais velha.
Eu traço!
Esse foi o recado dado por Serra ao pedir às meninas bonitas de Minas Gerais que usassem seu poder de sedução para conquistar votos para ele.
Vamos deixar os ânimos serenarem e esperar que esse clima de ódio se dissipe com o tempo.
Mas não nos enganemos!
A oposição à Dilma Rousseff será ferrenha, como foi ao Lula, mas com elementos novos de intolerância, preconceito, machismo e ressentimento pela derrota.
Afinal alguma coisa a agradecer ao candidato Serra, expor sem maquiagem a verdadeira face de parte do povo brasileiro e , principalmente, do paulista .


5 comentários

Angélica Teresa Almstadter

Nessas horas eu fico me sentindo um nada e envergonhada pelo meu povo paulista, representado de forma tão medíocre. Sou paulista e amo o povo nordestino com quem desenvolvi um enorme laço de afetividade, são pessoas lindas, inteligentes, sensíveis. Eu lamento que um político fizesse esse rancor aflorar de novo, embora vc tenha razão pois ele ainda é visto nos programas de humor.
Coisa pequena essa de separar o Brasil e instigar a guerra fraticida. Abço >^:^<

Tereza da Praia

Angélica, poetisa amiga, bom te vê por aqui.
Creio que o povo paulista não é todo assim. Em verdade é uma parte do povo do que eu chamo "sul maravilha". Que olha o nordeste como o lugar de passar férias, e fazer seu empregado o nordestino. Que acha o nordestino preguiçoso. Mas temos que lutar contra este ódio.
Penso que o derrotado Serra, tenha que ser derrotado dentro de nós também. Quando ele escolheu aquela coisa de "Serra do bem", já qualificou a presidenta eleita como do mau. É muito triste que ainda tenhamos politicos (e de certa importância no cenário nacional) que usem deste tipo de expediente.

Marilda Oliveira

Lembrem-se que os tucanos tentaram levar o ódio religioso para a política.

Agora, insatisfeitos com o resultado das eleições, levarão o ódio entre os povos. Não podemos permitir que isto aconteça.

É necessário verificar a procedência se partiu mesmo dos paulistas ou se é mais uma safadeza destes marqueteiros que comandaram a suja campanha tucana. A finalidade deles agora é começar a trabalhar, colocando os nordestinos contra os paulistas e vice-versa. A meu ver, esta não é a melhor saída no mandato da Dilma respeitando o Estado Democrático. O que os petistas e nordestinos tem a fazer é ignorar, dar tempo ao tempo, fortalecendo assim as eleições de 2014. Conquistamos o objetivo. - agora, devemos dar o exemplo de amôr entre os povos.

Marilda Oliveira

Prezada Tereza da Praia, eu nunca ví o paulista desprezar seja lá quem for em SP;- lugar que reside diferentes raças e etnias muito menos quere-los como mão de obra operária, enfim SP é uma grande metrópole e ao paulista mal sobra tempo para recreação.Como pesquiso os povos do meu querido Brasil, colo link, sobre o nordeste que inclusive cobro das autoridades respostas.
http://mudancaedivergencia.blogspot.com/2010/07/campos-de-concentracao-no-nordeste.html
Saudações,

Notlil

Oq posso comentar?
Não se pode generalizar, mais infezlimente boa parte dos paulistanos principalmente os mais jovens estão levantando essa bandeira de xenofobismo, de forma aterrorizante, como se isso fosse a resposta de todos os seu problemas e frustrações....lembrando muito a bandeira que Hitler levantou contra os judeus.
Ignorantes...não conseguem ver um metro a sua frente, pobres e infeliz intelectualmente....buscam atraves de sobreposição, sua acensão a sociedade. São metidos a intelectuais sem estudar provudamente o conceito.
Não conseguem enxegar que nesse 16 anos perdemos no minimo 2 gerações devido esse modelo de educação, onde se forma analfabetos funcionais onde a maioria tem dificuldade de escrever o nome ou ate realizar uma opeção simples de divisão ou multiplicação. Mas claro a mairia dos jovens hoje que apoiam esse modelo de governo tem o papai e mamãe para sustentalos. ate quando?

Não exite pais sem igualdade; não existe uma nação sem irmandade.