10 de novembro de 2010

Blogueiros Progressistas, de onde viemos e para onde vamos?

O tema da postagem anterior é denso e espinhoso, mas deve ser enfrentado se quisermos sobreviver como blogueiros e, desempenhar um papel que realmente seja significativo para esta nova forma de comunicação.

Coincidentemente, ou não, após o papo no Twiter entre os blogueiros relacionados no final da postagem anterior a esta, assisti ao "Observatório da Imprensa" da TV.Brasil.

Guardadas as devidas proporções, o tema era o mesmo.

A bloguesfera é imensa, com ofertas variadas, para todo tipo de leitor. Nesse sentido,estaria correta a etiqueta de "Era da Informação" utilizada pelo apresentador do programa Alberto Dines.

Outra etiqueta utilizada, a "Era da Indiferença", também parece adequada, pois como discutimos ontem, a grande maioria dos tuiteiros e leitores de blogues, não leem ou não comentam as postagens, parecendo que ficam indiferentes a qualquer assunto.

A grande sacada do programa, a meu ver, seria a o terceiro rótulo: dilúvio informativo que produz uma fragmentação e uma secundarização que acabam resultando numa espécie de letargia coletiva e globalizada.

Excesso de informação e indiferença, portanto, fariam parte do mesmo pacote, segundo Alberto Dinis.

Algumas sugestões foram dadas no dia de hoje, via Twitter e no blog Diário da Liberdade.

Tudo ainda muito disperso, sem focar um tema específico para discutirmos a blogsfera.

Também não tenho clareza do que deveriamos abordar nessa discussão, mas penso que um bom começo seria fazermos uma "radiografia" dos blogueiros progresistas para entender seus anseios, angústias, potencialidades e o futuro de nossa inserção nesse maravilhoso mundo novo.

Durante o primeiro encontro dos blogueiros progressistas não houve tempo, nem era essa a proposta, de nos conhecermos melhor, sabermos de nossas experiências profissionais, de nossa formação e que contribuição poderiamos dar uns aos outros.

O Centro de Estudos Barão de Itararé parece ser o mais indicado para levar adiante essa tarefa, mas por enquanto está meio parado, pois nem mesmo os boletos bancários para pagarmos a nossa filiação chegou.

Há entre nós, blogueiros que são feras com as ferramentas necessárias para ser um bom blogueiro, outros nem tanto ( é o meu caso).

Há outros que tem uma ativa participação político partidária, se mostraram ferrenhos defensores da candidatura que a maioria entendeu ser a melhor para o Brasil, outros não estão ligados a nenhum partido político mas tem enorme contribuição a dar na discussão da política.

Há jornalistas profissionais, jornalistas amadores, professores, aposentados, donas de casa, sociólogos, psicólogos, chargistas, etc. Nessa pluralidade de formações, experiências e militâncias reside a riqueza e o diferencial desse novíssimo canal de comunicação.

Precisamos urgentemente fazer essa radiografia dos blogueiros progressistas, para saber o que podemos esperar uns dos outros e começar a agir em rede e colaborativamente.

As eleições presidenciais já passaram, outras virão.

Temos que nos preparar desde já para ter uma rede de informação eficiente para as próximas. Porém não podemos nos limitar a agir apenas em época de eleição, temos que fazer bem e com honestidade o que a velha mídia fez nos 8 anos de governo Lula e já começou mesmo antes de a nova presidenta assumir.

Temos que nos preparar para informar, opinar, investigar, denunciar e, o mais importante, ajudar a formar leitores críticos e não manipuláveis.

Deixem sugestões, comentem, critiquem, vamos por em prática nossas teorias desde já.



Leia aqui resumo do programa de Observatório da Imprensa de 09/11/2010


6 comentários

GILBERTO

Num breve pensamento identifico alguns passos.

1 – Unificar as ações evitando o tal excesso de informação que leva a indiferença e que não propicia o real amadurecimento de ideias para a identificação de objetivos.

2 – Definir metas de curto, médio e longo prazos.

3 – Centralizar a difusão e o acompanhamento, utilizando-se dos blogueiros nos diferentes eatados/cidades como células responsáveis pelo repasse de informações e o subseqüente feed-back da sua região para o centralizador/catalizador.

4 – A parte mais preocupante é o armazenamento de tais informações: Cadastro de Blogueiros da Rede; Metas; Acompanhamento Regional; Aferição dos Resultados; Correção de Estratégias, Objetivos e Prazos; etc.


Aí começa o problema: quantos de fato estão dispostos a se engajar “sem medo de ser feliz?”

Laerte, só posso dizer que pode contar comigo para evitar que nos dispersemos e para continuarmos distribuindo informação, pois como diz a máxima “distribuir informação é distribuir poder”.

Marcelo Manzano

Creio que é de fato muito difícil entender em profundidade as transformações que decorrem desse novo mundo, a "era da informação" ou o "dilúvio informativo". Me parece que ainda estamos tateando.
Contudo, já é possível perceber que se trata de muito mais radical do que supúnhamos, que afeta não só os aspectos da velocidade e da quantidade das informações, mas especialmente a própria construção de significados. Não sei se para bem ou para mal, a produção dos significados - ou da semântica - fugiu do nosso controle e hoje é produzido a partir de interações sociais que não estão sob o comando de ninguém, nem mesmo de qualquer instituição. Isso é a 3ª revolução industrial. O processo de formação das idéias se autonomizou, não por conta de um supercomputador ou um robot mais que humano, mas pelo atrito comunicativo que se espalha através das comunidades virtuais. É louco? Muito, mas acho que é por ai.
Sobre essa temática, sugiro a entrevista do Pierre Nora (na Carta Maior) e também um post que escrevi especulando a respeito http://bit.ly/dwD0UI
Saudações!

Marcelo Manzano

Fiquei devendo o Link para o entrevista do Pierre Nora: http://bit.ly/d1QXcW

Olimpo

penso que de inicio um canal aberto como um chat poderia ser bem util para a organização.

A comunicação nos blogs atraves de comentarios fica muito restrita ao tema abordado sem muitas condições de ter um feedback. o twitter a mesma coisa.

Metas conjuntas podem facilitar a organização. Um canal como o Barão de Itararé serviria para agregar o pessoal

Olimpo

1 - Criar um chat - Canal aberto onde os interessados vão colocar as ideias.
2 - Criar um banco de dados de blogueiros, twiteiros e jornalistas afinados a ideia.

3 - Definir assuntos especificos para alguns organizarem. Um e-mail de grupo ajuda. Assim como um MSN de grupo.

4 - Fomentar forum para analise critica dos discursos construidos pelas grandes midias. Pegar um tema e disseca-lo.

5 - Descobrir quais assuntos geram maior interesse e (ou) que cause maior indignação. E fortalecer o senso critico sobre eles.

6 - Acho legal criar uma assinatura conjunta. Ex: Nos tempos de faculdades assinavamos AILA (Aliança pela Integração Latino Americana) em textos na WEB. No CMI Principalmente.

Isso ajuda na hora de identificar o foco do debate e da um carater coletivo.

Prometo pensar em mais coisas. Estou no meio de relatorios anuais da minha empresa. Enlouquecedor

Rey José - MidiaMarginal

Olimpo

Em 2002 fizemos juntos ao Laboratorio de Midia e identidade um grupo de estudos voltados a analise do discurso. Alunos, mestres e convidados.

Muitos na epoca ficavam ceticos as criticas expostas no grupo. Era preciso dissecar ponto a ponto ate encontrar o ponto G da questão.

O legal era a convergencia das ideias que de inicio pareciam imcompativeis. Apos o termino de cada encontro desenvolviamos um texto conjunto onde cada participante colocava suas opniões e divulgavamos para o coletivo.

O passo inicial é... Movimentar-se coletivamente. O foco é o fomento e organização de um movimento com objetivos bem claros. Detectar os pontos emergentes e a partir disso caminharmos de mãos dadas.

A militancia virtual atraves dos blogs, twitter etc demostrou ser objetiva e agregadora. Agora é crescer e jamais abandonar a bandeira de luta. Fico feliz em poder participar

Rey José - MidiaMarginal