13 de maio de 2010

Internet e militância virtual: a revolução está no ar. - Parte II

Parabéns pela postagem de ontem, companheira e colega Avelina!
Clique aqui para ler "Uma boa reflexão: Internet e militância virtual: a revolução está no ar."

O Professor Antonio Ozai da Silva toca num ponto extremamente importante ao se referir à militância virtual: quem somos e o que queremos, já temos consciência. Mas como alcançar, é o grande desafio.

Esta é a razão de eu usar este espaço para comentar a postagem citada. Poderia tê-lo feito através do campo próprio para isso, como fez o leitor Paulo Roberto deixando uma mensagem de concordância. Como "sócio" deste blog, quero aprofundar o debate por entender que é o início de um novo modelo de fazer politica. A politica virtual. E estamos engatinhando ainda.

Concordo plenamente com o Prof Ozai quando diz do caráter elitista de fazer politica pela internet. Somos, Avelina, eu e centenas de outros idealistas, movidos pela paixão naqulo que acreditamos. Assim como são os blogues de direita, extrema-direita, os que tratam de futebol, que tratam de culinária!

Somos, enfim, individuos sentados à frente de um teclado que nos dá acesso a dizer o que pensamos. Sem muitas regras (nem ortográficas, às vezes...) sem muito pudor e, até, sem muito respeito, como é o caso de alguns blogues apelativos da politica ao sexo!

Somos seres que usam a máscara do anonimato; temos conexão, somos da elite (econômica e intelectual) e nos julgamos formadores de opinião! Na imensa maioria das vezes os que nos lêem são os que compartilham de nossos mesmos pensamentos - somos as ilhas virtuais citadas por Ozai! - e, porisso, não produzimos grandes mudanças. Apenas, com certo esforço, produzimos algum debate (virtual) como esse que estou tentando travar.

No meu ponto de vista - e já repeti isso inúmeras vezes nas comunidades de politica do Orkut que participava - discutimos o pensamento único. Sejam comunidades e blogues de esquerda ou direita, apoiando este ou aquele candidato à Presidência da República, discutimos como se tivessemos total dominio sobre o assunto. Porque não há o verdadeiro debate entre pensamentos distintos; não há contradição se todos os que nos lêem pensam da mesma forma!

Sempre cito o exemplo de uma comunidade do Orkut de apoio ao Presidente Lula. São milhares de membros inscritos, mas não mais que três ou quatro dezenas de pessoas que se dispõem a debater. Isso torna o debate morno e sem eficácia, pois estes mesmos debatedores têm o pensamento convergente! Da mesma foma, nas comunidades de apoio a José Serra.

No meu blog SANDÁLIAS DO PIRATA recebo, em média, uma centena de visitas por dia. Alguns (muitos) deixam comentários de concordância. Outros, poucos, reclamam, ofendem e discordam. Prefiro os que discordam, pois sei que provoquei alguma coisa que os fizesse reagir!

Acredito que a eficácia de fazer politica na internet é mínima. Sua utilidade está no campo intelectual de quem lê e de quem escreve; satisfaz a ambos saber que se está entre "iguais". Mesmo que nem sejamos tão iguais assim ...

Fazer politica virtual pode ser o princípio de alguma coisa maior no futuro. Enquanto a população brasileira, mais de 90%, não tem interesse, a difusão de pensamentos e idéias permanecerá restrita às ilhas virtuais recheadas de "iguais".

Fica aqui meu desafio a quem quiser debater este tema.

2 comentários

Avelina

Muito bem, sr.Julio Pegna.
Espero, realmente, que seja o deoador para um bom debate.

Concordo com você em relação às comunidades do orkut ( que estão uma chatice), apenas acho que poderiamos tornar todos os espaços virtuais mais proveitosos.
Quando eu discuto com algúem que pensa diferente de mim, posso não convence-lo a votar em minha candidata, mas outros que lerão o que eu defendo podem estar precisando de outros argumentos para dialogar e o meu ponto de vista servirá para ajudá-lo.
Vocesabe que sempre defendi essa estratégia, por isso sou contra qualquer tipo de exclusão de pessoas que pensam diferente de mim.
Agora, com a proximidade das eleições, chegou a hora da onça beber água.
Vamos continuar falando entre nós mesmos e nos elogiando uns aos outros, ou vamos interagir com os diferentes e tentar, com argumentos sólidos, traze-los para o nosso lado.
Esse é o desafio da militância, seja real ou virtual.

JÚLIO PEGNA

É isso mesmo, Sra Avelina!
Os candidatos - e Dilma sabe bem disso - irão às ruas fazer campanha usando os temas discutidos na internet, pois sabem que poucos tem acesso à web.

Nossa função é essa mesma que vc diz, formar opinião - apesar de eu achar que ng tem esse poder. Mas nossa obrigação e insistir.

Pq somos petistas e discriminados; somos idealistas e teimosos!