Irônica, a pré-candidata Dilma Rousseff disse recentemente que seu maior adversário na disputa presidencial, José Serra, parece “biruta de aeroporto” – aquele coador que fica ao sabor do vento para auxiliar as aeronaves. De fato, as últimas declarações do demotucano parecem amalucadas. Numa entrevista hilária à rádio CBN, ele jurou que “sou um homem de esquerda”, anunciou que convidaria o PT para seu governo e até bateu boca com Miriam Leitão, notória tucana, ao criticar a especulação financeira. Dias antes, ele já afirmara que “não sou de oposição nem da situação”.
A birutice de José Serra, porém, é calculada. Matreiro e com forte senso de oportunidade – para não dizer de oportunismo –, ele segue à risca as orientações dos seus marqueteiros de campanha. Monitorando as pesquisas e preocupados com a crescente popularidade do presidente Lula, estes garantem que seria um grave aparecer como oposição frontal ao atual governo. Por isso, sugerem que o candidato demotucano vista o figurino do “Serrinha paz e amor”, esconda seu programa de matriz neoliberal e se travista de continuador “mais experiente” das obras do atual governo.
Não subestimar a estratégia eleitoral
O slogan de campanha “O Brasil pode mais”, fabricado pelos publicitários do PSDB, serve a esta estratégia. É light e sereno – por mera coincidência, até serviu para inspirar o clip comemorativo dos 45 anos da TV Globo. No mesmo rumo, quem sempre menosprezou os programas sociais do governo Lula, taxando-os de “bolsa esmola” ou “gastança social”, agora virou defensor do Bolsa Família. O cinismo beira o ridículo. Serra até babou em elogios ao presidente Lula após ele ter sido agraciado pela revista Time com o título de um dos maiores lideres mundiais da atualidade.
A birutice do candidato tucano é até engraçada, mas não dá para subestimar a sua estratégia de campanha. Ela deu certo no Chile, onde o pinochetista Sebastián Piñera não atacou a presidente Michelle Bachelet, que também gozava de alto prestígio, e venceu as eleições de janeiro último. Por enquanto, a orientação de campanha do demotucano não está ao sabor do vento, como biruta de aeroporto. Ela é muita precisa: “Serrinha paz amor” evita marola, não bate de frente, não faz o debate programático e procura fugir das comparações FHC-Lula. Ele quer discutir apenas as “biografias”.
Enquanto ele alisa, os seus brucutus mordem – que o diga Eduardo Graeff, ex-secretário de FHC, atual tesoureiro do PSDB e coordenador da campanha na internet de José Serra. Para o candidato demotucano, o pior cenário é o do confronto programático e da comparação das experiências dos governos FHC e Lula. É isto que seus marqueteiros tentam evitar, mas é para este ringue que ele deve ser levado. Nele, o candidato fica, de fato, totalmente biruta, mais vulnerável – que o diga a magoada tucana Mirian Leitão, atingida pelo “fogo amigo”.
http://altamiroborges.blogspot.com/2010/05/serra-e-de-fato-biruta-do-aeroporto.html
Nas eleições presidenciais de 1989, para o segundo turno ficaram Lula e Collor.
Um amigo, não posso dizer o seu nome pois ele é funcionário público e esta sob a lei da mordaça do estado de São Paulo, presenciou a seguinte cena:
Estava com seu chefe em um evento,onde estava presente a alta cúpula tucana, quando receberam a notícia de que haviam passado para o segundo turno Lula e Collor.
O chefe desse meu amigo, que foi sempre um dos fiéis escudeiros de Serra, parece que são meio aparentados, recebeu um telefonema do Capo Serra, com a seguinte ordem:
AGORA É COLLOR.
Imediatamente o fiel escudeiro, mobilizou todo o seu exército para repassar a ordem do Capo.
Mesmo sabendo, pois já era notório em todos os partidos políticos de centro esquerda e de esquerda, que Collor era um aventureiro que poderia dar no que deu, el Capo Serra ordenou que se mobilizassem todos os esforços para impedir que Lula ganhasse as eleições.
Para quem vivenciou essa história é revoltante ver o cinismo do "Serrinha paz e amor" ao dar declarações como a que temos visto.
"Sou de esquerda"
"Lula está acima do bem e do mal"Serra é truculento e, agora, se mostra afável.
É extremamente autoritário e, agora, se mostra, um democráta.
É centralizador e, agora, diz que vai convidar o PT e o PV para fazerem parte de seu futuro governo.
É um neoliberal ferrenho e, agora, se diz de esquerda.
Como disse a nossa candidata Dilma Rousseff, parece uma biruta de aeroporto. Os ventos que estão batendo nessa biruta, agora, sopram para a esquerda. Mas que ninguém duvide que se, que Deus nos livre, ele ganhar as eleições a biruta se voltará para o lado preferido de Serra, à direita com tendências extremadas.
È uma biruta, mas não é doido.
Sabe muito bem o que deve dizer e a quem quer atingir.
Que ninguém se engane ou se acomode, Serra é perigoso e para atingir seus objetivos será capaz de dar tantos giros quanto uma biruta em dia de vendaval.
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