13 de março de 2013

Uma revolução silenciosa no Brasil


UMA REVOLUÇÃO SILENCIOSA NO BRASIL

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Artigo publicado no Jornal Brasil Econômico, em 12/03/2013



Em apenas dez anos, os governos Lula e Dilma Rousseff promoveram uma verdadeira revolução silenciosa no país: cerca de 40 milhões de brasileiros que antes viviam completamente à margem da sociedade, entraram no mercado consumidor. A política econômica desenvolvimentista e os programas sociais, como o Bolsa Família, Brasil Carinhoso, Brasil sem Miséria e Minha Casa, Minha Vida, entre outros, fizeram com que o Brasil, que tinha boa parte da população vivendo abaixo da linha de pobreza, virasse um país de classe média. 

A mobilidade social ocorrida nesta década pode ser medida pelos dados da pesquisa “Observador Brasil”, realizada pela empresa Cetelem BGN-IPSOS – braço do banco francês BNP Paribas. Em 2005 62.702.248 pessoas integravam a classe C, enquanto que as classes D e E perfaziam 92.936.688 pessoas. Mas em 2011, a Classe C cresceu para 103.054.685 pessoas; já as classes D e E encolheram para 45.243.748 pessoas. Em termos de porcentagem, isso significa que a classe C cresceu 62% e as classes D e E sofreram redução de 49%. Até as classes A e B, que em 2005 tinham 26.421.172 pessoas, aumentou para 42.434.261 em 2011, o que corresponde a um aumento de 60%. 

Outro dado importante para auferir as transformações ocorridas no país nesta última década é o índice GINI, que mede a distribuição de renda do país e vai de zero (mais igual) a um (menos igual). Ele era de 0,585 em 1995, foi a 0,563 em 2002 e caiu para 0,501 em 2011. 

Em uma década os governos Lula e Dilma mudaram a face do país. Quando Lula assumiu a Presidência da República em 2003, o Brasil estava em crise e preocupado com o futuro. A inflação, que os tucanos se gabavam de ter controlado, batia em 12,5%; a taxa Selic atingia espantosos 45%; o dólar valia mais de R$ 4,00, em dezembro de 2002; o desemprego era de 12% e o risco país ultrapassava 2.400 pontos. Além disso, tínhamos uma dívida externa de US$ 200 bilhões e reservas de apenas US$ 36 bilhões. Sem contar o apagão e o racionamento de energia elétrica. 

Hoje, depois de uma política que priorizou o desenvolvimento econômico com geração de empregos e distribuição de renda, a inflação baixou para 6%; a taxa Selic caiu para 7,5%; o câmbio está estabilizado em R$ 2,00; temos reservas de U$$ 318 bilhões o risco país caiu para 130 pontos – a ponto de ninguém mais se lembrar dele. Mais importante, nestes dez anos foram criados nada menos que 17 milhões de empregos com carteira assinada. Uma verdadeira proeza, visto que o governo anterior criou apenas cinco milhões de empregos em oito anos. E hoje, com uma taxa de desemprego de 4,6%, o Brasil está numa situação que os economistas classificam como “de pleno emprego”. 

Nestes anos, a participação da massa salarial no PIB subiu de 46,3% em 2003 para 51,4% em 2009 (último ano com dados disponíveis). Tal mudança foi possível graças a uma política de aumento real do salário mínimo. Em 2003, ele era equivalente a pouco mais de US$ 50 e correspondia a 1,3 cestas básicas no estado de São Paulo; hoje, é capaz de comprar 2,13 cestas básicas, equivalendo a mais de US$ 300. 

Estes resultados são fruto da opção que fizemos por abandonar uma política elitista, que privilegiava o rentismo e a concentração de renda e trocá-la pela opção estratégica pelo desenvolvimentismo com inclusão social

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