A SEMANA
A TORRADEIRA E O PÊNIS
Laerte Braga
É
possível – e com fartura – encontrar em algumas lojas de eletrodomésticos,
torradeiras MAIS VOCÊ, com a cara de Ana Maria Braga estampado num dos lados. O
difícil é comprar. Imagine todas as manhãs o café regado a torradas com o rosto
roto de Ana Maria Braga. Mas vende feito água. A sensação que no altar do café
da manhã está entronizada uma nova deusa do consumismo.
A
semana rendeu um “salutar” debate sobre se determinada sister pegou ou não o
pênis de determinado brother, quando ambos estavam sob o edredon na casa do
BBB. A despeito das negativas do brother, das evasivas da sister, é óbvio que
qualquer um que aceite as regras de um jogo desses sabe que pegar ou não pegar
não é o dilema. Ganhar o jogo vai depender bem mais do que pegar ou deixar de
pegar.
A
resposta certa é que dois objetos supostamente humanos se prestam a algo que
não tem em si absolutamente problema algum num contexto correto. Da forma como
é feito ou não, é incentivado, é regra, faz parte do caráter amoral da tevê
brasileira, a GLOBO e a RECORDE são as líderes em amoralidade. Uma discute o
pegar ou não o pênis, outra o quanto se deve pagar para entrar no paraíso. Não
há diferença entre Marinhos e Edir Macedo.
De
permeio, correndo por fora, já não tão azarão assim, o do chapéu de vaqueiro.
Vende tijolos para a construção de casas no paraíso e em seguida vai lançar a
argamassa
Esse
tipo de situação é intrínseco ao capitalismo. É o show, o espetáculo.
John
Brennan, indicado para ser o diretor da CIA – AGÊNCIA CENTRAL DE INTELIGÊNCIA –
disse no Congresso dos EUA que não considera “afogamento simulado” como tortura
e vai prosseguir na política de assassinatos seletivos de “inimigos da
democracia norte-americana”.
É
homem do governo Bush, está no governo Obama desde o primeiro momento, o que
demonstra que enquanto Bush lia livros de cabeça para baixo, Obama é exímio
cervejeiro, pois os donos do poder são outros.
A
queda de pouco mais de 7 pontos percentuais na audiência do JORNAL NACIONAL em
janeiro, comparado com igual período do ano passado, mostra que o Homer Simpson
começa a acordar e não tem vontade de colocar fogo no carro para receber o
dinheiro do seguro;
Em
OS SIMPSONS E A FILOSOFIA, James Lawler mostra a seguinte passagem de um dos episódios
da série para retratar o perfil de Homer Simpson, segundo William Bonner, o
perfil do telespectador do JORNAL NACIONAL.
“Moe
quer que Homer destrua seu automóvel para poder receber o dinheiro do seguro.
Homer sente uma pressão intensa de Moe, um personagem geralmente egoísta,
sempre pensando primeiro em si. Ele é intimidado pela ameaça da língua ferina
de Moe e está propenso a ceder à insistência do amigo. Como modelo Moe coloca
os interesses e desejos pessoais em primeiro lugar, e não liga para deveres
morais conflitantes. Em contrapartida Homer
tem um momento de dúvida, no qual se pergunta se está ou não agindo
corretamente. Ele consulta sua
consciência, que assume a forma de uma imagem mental de Marge, falando com
ele. Ridiculamente, Marge lhe diz com determinação: seu dever consiste em destruir o carro de Moe para que possa receber o
dinheiro do seguro. Com a consciência
satisfeita Homer parte para a ação, com sua característica energia.”
Compra
a torradeira, pega no pênis, compra o tijolo, guarda o dinheiro da argamassa e
assiste ao JORNAL NACIONAL.
Não
tem a menor ideia que o governo do presidente Chávez está ajudando
norte-americanos pobre a dispor de meios de calefação em suas casas, isso
quando têm casas, pois o preço de mercado nos melhores magazines dos EUA é
insuportável e só acessível ou a quem bebe a cerveja de Obama, ou lê os livros
preferidos de George Bush.
Não
deve ter a menor ideia do que seja afogamento simulado. Assassinato seletivo, nem
sabe que rebeldes sírios estão sequestrando meninas nas cidades por onde passam
para que possam estuprá-las.
O
sorriso de Patrícia Poeta, ou o rosto de Ana Maria Braga, ou de Fátima
Bernardes, o jeito convincente de William Moe Bonner não mostram esse tipo de
situação.
Aí,
chega em casa, liga a tevê, toma uma ou duas cervejas, em breve vira um obeso e
é descartado na política de combate à obesidade posta em prática pelo governo
de Obama.
O
pateta perfeito.
A
tarefa real dos meios de comunicação no sistema capitalista é exatamente
fabricar patetas como Homer Simpson. Chamam isso de “liberdade de expressão” e
reagem a qualquer tentativa mínima de fazer aflorar condições de acesso às
informações de forma democrática, sem mistificações.
Não
há surpresa alguma em Renan Calheiros vir a ser o presidente do Senado em
substituição a José Sarney, ou em Joaquim Barbosa virar estrela de primeira
grandeza num universo conturbado, onde Aécio Neves vir quente depois do
carnaval.
Deve
trazer Luciano Huck a tiracolo e ambos guardarem prudente distância de
bafômetros, ainda mais agora que medem bem mais que a quantidade de álcool
ingerida. Medem outras mágicas.
Eu
não sei como não lançaram ainda a vodka Aécio. Insípida, inodora e incolor, mas
não é água. E se for está contaminada.
Para
fechar, o abraço de confraternização do senador Lindemberg, outrora líder dos
caras pintadas, no ex-presidente Fernando Collor. Pegar ou não no pênis no
bordel da GLOBO, o BBB, é irrelevante diante de toda essa amoralidade
capitalista.
Que
o digam os lucros dos principais bancos, inclusive o SANTANDER, quebrado no
mundo inteiro, quer dizer quase, pois salva-o não o rum creosotado, mas o Brasil.
,
Seja o primeiro a comentar!
Postar um comentário