10 de setembro de 2012

Serra ignora o histórico do voto petista em São Paulo


Os últimos movimentos da campanha do candidato José, forma utilizada por Russomanno para se referir ao tucano, dão a entender que ele prefere o homem do bispo no segundo turno. E que vai buscar interromper a qualquer custo o crescimento de Haddad.
Os estrategistas do PSDB parecem imaginar que num segundo turno contra Russomanno conseguirão ter o discurso da responsabilidade do eleitor a seu favor.
A chance desta operação dar certo é muito pequena, primeiro porque o eleitorado petista na cidade de São Paulo é consistente. E depois porque a atual rejeição a Serra é imensa.
Mas como rejeição não tem histórico nas urnas, apresento os dados do voto petista na cidade.
O pior resultado do partido em São Paulo desde 1988, quando a eleição era em um turno único e Erundina venceu com 29,84%, aconteceu em 1996, quando a mesma Erundina teve 22,83%. Esse foi o ponto fora da curva do histórico. Afora isso, o PT sempre teve 30% ou mais nas disputas paulistanas.
Em 1992,  numa eleição muito difícil, pois a campanha da mídia contra o governo Erundina era massacrante, Suplicy fez 30,68% dos votos no primeiro turno.
Nas últimas três eleições com Marta Suplicy, o voto do PT foi sempre acima de 30% no primeiro turno. Em 2000, quando venceu, cravou 38,13%. Em 2004, 35,82%. E na última eleição, em 2008, contra Alckmin e Kassab, fez 32,79%
Ou seja, Serra dificilmente vai fazer Haddad ter menos do que 25% dos votos, o que parece suficiente para levar um candidato ao segundo turno. Mas este blogueiro arrisca dizer que Haddad vai ter os 30% históricos do PT.
A estratégia dos tucanos está desprezando a história do voto na cidade. Ou seja, o ódio de Serra ao PT parece ser maior do que a lógica.
Mas antes de encerrar esse texto preciso dizer uma coisa pra quem acompanha este blogue, Haddad vai chegar nessa votação histórica do PT só lá pra frente. Nos últimos dias do primeiro turno.
Diferente de Marta, que já entrou nas disputas anteriores com altos índices, ele ainda vai ter que convencer o eleitorado de suas qualidades. No segundo turno, a história é outra. Sua rejeição é menor e isso pode vir a ser decisivo para a vitória do PT pela terceira vez em São Paulo.

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