21 de setembro de 2012

As pararedações ( o esquema Serra de jornalismo investigativo)


As pararedações
 recebido do @pagina2 via Facebook


Esvaziadas por seguidos cortes de pessoal, redações utilizam material produzido por campanhas eleitorais como apuração própria

A conta não bate. Até 2003 o sexto andar no Estadão era dividido por um corredor. metade era redação do JT. Na outra ficava o Estado. Os Mesquita foram demitidos, as redações foram integradas e hoje, o JT tem 50 profissionais. Uns 30 são jornalistas. A Folh
a segue o mesmo caminho. O online acabou e repórteres fazem texto para o jornal, site e agência.



O Len (@Len_Brasil) se perguntou outro dia como os jornais tem acessos a telefonemas de Lula, relatórios internos de Dilma. Paranormais?



Sempre haverá palacianos dispostos a ajudar o trabalho de um jornal. Fogo amigo existe em todos os partidos. Mas, nos últimos anos, com o trabalho incansável de Serra em busca do poder, as produções terceirizadas ganharam espaço nas páginas dos jornais.



"Lembra de fulano?", perguntaram-me outro dia. Sim, respondi. Grande repórter. "Agora é repórter investigativo do Serra".



Gravações ilegais, arapongagem, invasões foram usada como arma política. A experiência do núcleo de espionagem montado por Serra na estrutura da Anvisa transformou numa redação surda, muda e telepática.



A campanha de Serra parece um iceberg. A parte visível é a menor. Submergida num mundo de ilegalidade há até uma redação completa. O pessoal veio das assessorias de governo de SP.



Com passaralhos a cada seis meses, muito e bons jornalistas foram trabalhar na comunicação corporativa. Vários foram contratados por secretarias e autarquias do governo e da prefeitura de SP.



São editores, repórteres e redatores que produzem matérias investigativas contra adversários e cede a jornais e revistas que as publicam como se fosse levantamento interno.



O esquema é o mesmo operado por Cachoeira em Veja. Não há apuração de matéria. O que vem da campanha (ou dos grampos de Dadá e companhia) são tratados pelos jornais como verdade factual. Uma vez com cara de notícia é repercutido pelos outros entes do PiG.



Ou alguém pensou que com 30 jornalistas uma redação tem condições de fazer reportagens de fôlegos, ouvir fontes, cavar documentos?

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