Desequilíbrio cambial prejudica países emergentes, defende Dilma nos EUA
Da Redação
A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (9), após encontro com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na Casa Branca, em Washington, estar preocupada com o desequilíbrio cambial causado pelas políticas fiscais dos países desenvolvidos. Ela defendeu que estas políticas comprometem o crescimento dos países emergentes. “Essas políticas monetárias solitárias levam à desvalorização das moedas nos países desenvolvidos, levando ao comprometimento do crescimento dos países emergentes”, afirmou.
Segundo a presidenta, os Estados Unidos têm um papel importante na contenção da crise e na retomada do crescimento econômico. “A grande flexibilidade da economia norte-americana, a liderança na área de ciência, tecnologia e inovação tida pelos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, as forças democráticas que fundam a nação americana tornam importante, muito importante os Estados Unidos, tanto na contenção da crise quanto na retomada da prosperidade”.
Dilma abordou o crescimento das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos e disse que o investimento brasileiro nos Estados Unidos já equivale a quase metade dos investimentos feito por estadunidenses no Brasil. “O Brasil e os Estados Unidos têm crescentemente estreitado as suas relações comerciais e consubstanciado os investimentos recíprocos entre Brasil e Estados Unidos. O investimento brasileiro nos Estados Unidos, o investimento direto, já chega a 40% do total do investimento americano no Brasil”.
Durante o encontro, a presidenta Dilma convidou Barack Obama a participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que será realizada em junho no Brasil.
Com informações do Blog do Planalto
E o Brasil 247 do Estadão publicou esta, com esta foto:
Como não fazer amigos e não influenciar pessoas
Foto: Kevin Lamarque/REUTERS
VISITAS DA PRESIDENTE DILMA A DUAS DAS MAIORES POTÊNCIAS GLOBAIS, ATÉ AGORA, NÃO GERARAM EMPATIA. AO CONTRÁRIO: NEM ANGELA MERKEL NEM BARACK OBAMA DEMONSTRAM INTERESSE PELAS RECLAMAÇÕES APRESENTADAS PELO BRASIL. NÃO É HORA DE PARAR DE DAR LIÇÕES E CALÇAR AS SANDÁLIAS DA HUMILDADE?
10 de Abril de 2012 às 11:13
247 – As imagens falam por si. O encontro entre Barack Obama e Dilma Rousseff, na Casa Branca, evidenciou o mal-estar entre os dois presidentes. Caras amarradas, respostas truncadas e gestos e falas que explicitavam a falta de empatia recíproca. Ao cobrir a visita de Dilma a Washington, o jornal espanhol El Pais destacou que, ao contrário do que se previa, Obama não ofereceu um jantar de gala à presidente brasileira – Dilma terminou jantando na embaixada brasileira. Talvez sejam tensões naturais depois que o Brasil passou a ter aspirações maiores na cena internacional. Mas o fato incontestável é que aquele Obama que abraçou o ex-presidente Lula numa reunião do G-20 em Londres e o rotulou como “o cara” não demonstrou a menor afinidade com a presidente Dilma, apesar de troca formal de gentilezas.
Há várias explicações para isso. A primeira é a falta de uma agenda concreta entre os dois países. Desde o enterro da Área de Livre Comércio das Américas, a Alca, Brasil e Estados Unidos não têm pontos estratégicos a discutir na área econômica. Além disso, os dois países também divergem em questões como o programa nuclear do Irã e a imposição de sanções à Síria. Para completar o quadro adverso, Dilma levou aos Estados Unidos o mesmo discurso apresentado um mês antes, na Alemanha, diante da chanceler Angela Merkel: o de que os países ricos estariam provocando um “tsunami monetário”, com uma política monetária expansionista. Ao adotar taxas de juros baixas e emitir moeda para combater a recessão interna, os Estados Unidos criariam uma enxurrada de dólares e fariam com que investidores buscassem retornos mais atraentes em países emergentes. Este fenômeno estaria valorizando o real, reduzindo a competitividade das exportações brasileiras e permitindo a chamada arbitragem de juros entre os dois países. Em suma, é isso a essência do que Dilma e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, definem como “guerra cambial”.
Obama ouviu as reclamações de Dilma, mas, evidentemente, não deu a menor importância. Candidato à reeleição nas eleições presidenciais de novembro deste ano, ele tem como principal desafio tirar seu país da crise econômica em que se encontra desde 2008. E, certamente, não poderia fazer isso com juros altos. O mesmo vale para Angela Merkel, que comanda uma economia que é o coração de uma Europa combalida, onde vários países estão à beira da bancarrota. Se o Brasil, de fato, se incomoda com a arbitragem de juros daqui e de fora, poderia fazer a sua parte reduzindo ainda mais a taxa Selic e cortando gastos públicos.
Visão distorcida da realidade
De certa maneira, a postura brasileira diante de países como Alemanha e Estados Unidos reflete uma visão distorcida da realidade, criada a partir da crise de 2008. Como países ricos entraram em crise e o Brasil passou ao largo, passou-se a imaginar que o País teria grandes lições a ensinar ao mundo. Esta postura e este tipo de discurso não têm agradado aos principais interlocutores de Dilma. E os sorrisos, assim como a empatia, ainda são importantes nas relações internacionais. Depois de duas viagens sem resultados concretos, cabe agora, ao Brasil, pensar em, quem sabe, calçar as sandálias da humildade.
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quem distorce a visão da realidade ??????
Alô Estadão! O mundo mudou, o leitor não é mais o ingênuo que engolia tudo sem questionar.
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