23 de abril de 2012

Datafolha: tempestade sobre a cabeça de Serra



Está fechando o tempo sobre Serra na disputa à prefeitura Paulistana. Dois dados colhidos da mais recente pesquisa Datafolha desta última semana de maio mostram um quadro preocupante para a almejada vitória do candidato.

O menos grave deles, ainda que perturbador aos que suportam a candidatura do ex-governador, é o fato de que Dilma bateria o cabeça de chapa tucano por 56% a 21% se as eleições presidenciais fossem hoje.
Mesmo considerando que os números refiram-se ao País como um todo e não exclusivamente a São Paulo, é de supor-se que haja diferença igualmente ampla a favor da presidente no município.

A vantagem da presidente vis-à-vis seu ex-contendor é tão mais preocupante para Serra quando levado em consideração que também nesta pesquisa a mandatária alcança elevados 64% de índice de ótimo e bom entre os eleitores, sendo pelo menos 55% entre os extratos sociais com renda superior a 10 salários mínimos e com nível superior de escolaridade, exatamente o segmento junto ao qual o PSDB tem sua fatia mais fiel de votantes.

Faz soar todas as sirenes do palácio dos bandeirantes, no entanto, outro dado ainda mais relevante para as pretensões tucanas de que o partido volte ou mantenha-se - como é o caso – no comando da prefeitura de São Paulo: a preferência de 60% de eleitores de Serra por Dilma Russef numa eventual nova eleição.

O número é coerente com o de outras pesquisas que haviam colhido o mesmo movimento de migração de preferências, entre o eleitorado tucano do ex-governador, para a presidente da Republica.

Como Dilma Russef será um dispositivo importante na campanha do candidato Haddad na campanha que se aproxima, há muito que temer diante da hipótese de reprodução de um segundo turno das eleições presidenciais agora em São Paulo, cujo desfecho a pesquisa publicada parece antecipar.

O tempo fecha literalmente sobre o acuado Serra, sobretudo se outra revelação da pesquisa for também computada às tendências de voto das classes altas: a do eleitorado de baixa renda, que disse preferir na proporção de 57% a 32% a candidatura de Lula para presidente da República ao invés de Dilma.

Sendo Lula o dispositivo principal do candidato Fernando Haddad, que contará também com Dilma em palanque, Serra vê-se na contingência de ou sair correndo na tempestade que se aproxima e ser arrastado pelas águas do voto popular ou então permanecer escondido nos bairros nobres da cidade e ser eletrocutado ali mesmo pela alta vontagem do raio do voto escolarizado

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