20 de abril de 2012

Após reestatização da YPF, Argentina pede que Petrobras aumente participação no país



Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Após o governo argentino anunciar a retomada do controle da petrolífera YPF, privatizada em 1999 com o capital da empresa espanhola Repsol, o ministro do Planejamento Federal, Investimento Público e Serviços da Argentina, Julio De Vido, afirmou, em visita ao Brasil, que seu país deseja que a Petrobras “aumente de 8% para 15%” a participação no mercado interno de petróleo e gás.
A Petrobras é a primeira companhia estrangeira que o governo argentino procurou após o anúncio da encampação da YPF. Semana que vem, De Vido deve reunir-se com as companhias de capital norte-americano e chinês.
O anuncio foi feito logo após audiência com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e com a presidenta da Petrobras, Maria das Graças Foster. Segundo Lobão, a estatal brasileira vem investindo nos últimos anos na Argentina cerca de US$ 500 milhões anuais, o mesmo valor projetado para 2012.
A demanda da Argentina, no entanto, é apresentada em momento que a Petrobras precisa aumentar gastos internos  visando a exploração de petróleo na camada pré-sal na costa brasileira (previsão de US$ 224 bilhões), um ano após a estatal ter vendido ativos na Argentina (como postos de abastecimento e refinaria de petróleo), e menos de um mês depois da província de Neuquén ter cancelado contrato de exploração da companhia brasileira em um campo petrolífero.
Apesar desse cancelamento recente, Lobão assegurou que não há riscos de a Petrobras sofrer qualquer tipo de intervenção na Argentina, como ocorreu com a petrolífera espanhola. “Nós confiamos nas relações com a Argentina, são relações sólidas”, avalizou. O ministro brasileiro não garantiu nenhum aumento de investimentos da Petrobras na Argentina. “A nossa intenção é investir o que mais pudermos”, disse, sem estabelecer valores e prazo.
Além da situação da participação da Petrobras no mercado argentino, Lobão e De Vido trataram dos projetos de construção conjunta das hidrelétricas binacionais Garabi e Panambi, no Rio Uruguai, em trecho de fronteira entre os dois países. Em dois meses, esse é o segundo encontro que o ministro de Minas e Energia brasileiro trata com o governo argentino sobre as hidrelétricas e os investimentos da Petrobras.
Edição: Davi Oliveira

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