1 de fevereiro de 2012

Dilma foi a Cuba e não disse o que a Globo queria


por Chico Barreira em seu blog
Para quem gosta de complicar ou percorrer caminhos tortuosos de raciocínio, este texto não serve. Par a quem tem preguiça de raciocinar e apenas repete chavão, também não serve. Para os demais deve servir.
A Globo, que aqui representa o que resta do pensamento neoliberal que um dia controlou este País, imaginou que era possível apartar Dilma do Lula, do PT e de suas raízes. Apostou tudo nisso e chegou a mimosear a presidenta com uma cobertura jornalística complacente ou francamente favorável.
E Dilma vai a Cuba é diz que o conceito  de  Direitos Humanos é algo sério demais para ser manipulado com objetivos político-ideológicos imediatistas. E reafirmou a sadia tradição diplomática brasileira de não intervenção e  de respeito à soberania alheia.
A presidenta disse em Havana (um pronunciamento histórico) que todos  temos telhado de vidro, inclusive  quem vive atirando pedras, os EUA, único país  mencionado. E mencionado  na sua principal  ferida, a Base de Guantánamo, logo ai ao lado, um símbolo universal de desrespeito aos Direitos Humanos, tanto que, há quatro anos, Obama prometeu- durante a campanha eeitoral - extingui-lo. Se não cumpriu a promessa, o problema é dele.
É impossível não ver a hipocrisia dos que defendem diretos  humanos em Cuba e  passaram anos sem  notar o total desrespeito  a eles no  Norte da África e no Oriente Médio, onde tiranos aliados e convenientes  eram armados  para massacrar seus povos, até que a população ocupou a Internet e as ruas.
 E uma perguntinha simples: por que os EUA não impõem, em nome dos direitos humanos,  um embargo econômico à China?
Creio que já fui, em inúmeros outros textos, suficientemente claro sobre o que considero o anacrônoco no leninismo e do trotskismo.  Incapaz de perceber   esse anacronismo, a militância de esquerda, pouco afeita à leitura dos textos do próprio Marx, limita-se a repetir chavões  e palavras de ordem de 120 anos atrás.
 Canso de dizer neste blog que o leninismo foi historicamente fundamental  no início do século passado, mas  hoje é imprestável  como instrumento de análise e ação diante de  uma nova realidade. Realidade esta. onde o que chamo de Neofeudalismo transformou-se na etapa superior do Imperialismo. E onde o modo de produção capitalista entra em sua fase terminal.  A esse processo dou o nome de Crepúsculo do Capital.
Tudo isso me deixa à vontade para dizer que só um ingênuo, elevado ao último grau de alienação,  não percebe que se realmente quisesse o povo  cubano já teria derrubado seu governo, como tantos  outros povos derrubaram, desde o  Muro de Berlin até  a Primavera Árabe. Ainda mais que os cubanos sabem que poderiam contar com apoio material imediato dos EUA que estão logo ali, a menos de 150 quilômetros de distância.
Então por que não derruba?
A Ditadura
Talvez fosse sofisticado demais dizer que embora anacrônico, posto que segue sendo fielmente leninista, o regime cubano não é uma ditadura clássica como a entendem as mentes ocidentais e cristãs que são hoje, eventualmente, hegemônicas. Mas que não são as únicas e poderão não se hegemônicas amanhã. Do ponto de vista leninista que é o que conta na Ilha, o que a há ali não é ditadura e nem mesmo governo. Há uma revolução em processo.
 Seja como for, os cubanos não derrubaram, nem pensam em derrubar o regime. Do ângulo  estritamente prático, talvez não queiram derrubar porque  na média global ( eu disse na média geral meu querido leitor neoliberal) não são tão pobres. E, certamente, não possuem  bolsões de miséria como os exibidos por outros povos, inclusive o brasileiro.
Talvez, também, porque  há quarenta ano as terras e as habitações foram estatizadas   e distribuídas de forma que ninguém é Sem Terra  ou Sem Teto. É verdade que não há todas as liberdades e comodidades como as que existem aqui, embora não para todos. Como também é verdade que um episódio como o da invasão do Pinheirinho seria impensável em Cuba.
 Há, também, o fato de que os cubanos usufruem de mais segurança, melhor educação e melhor saúde do que a maioria dos outros povos, incluídos aí os do Primeiro Mundo. E ninguém ignora que a mortalidade infantil em Cuba é menor do que a dos Estados Unidos.
 Há muita verdade e muita mentira sobre Cuba, ditas sempre em tom emocionado. Mas é preciso admitir que talvez haja alguma verdade na frase publicitária exposta em centenas de grandes cartazes nas ruas e estradas da Ilha: “Esta noite, milhões de crianças, ao redor do Mundo, vão dormir na rua. Nenhuma delas é cubana”.

1 comentário

Anônimo

CUBA ESTA DESDE O INICIO DA DECADA DE 90 FODIDA!!! O FIM DA URSS QUE FINANCIAVA ESTA ILHA COM MUITO DINHEIRO, SOMADA A SUA ECONOMIA PLANIFICADA TIPICA DO COMUNISCMO, FEZ COM QUE ESTE PAIS TIVESSE PARADO NO TEMPO EM 1959. NAO HA O QUE SE DISCUTIR...A ABERTURA DE CAPITAL NA ILHA, A PERMISSÃO...REPITO...PERMISSAO PARA QUE SE COMPRE CARROS E OUTROS BENS QUE ERAM PROIBIDOS ANTERIORMENTE...É UMA TENTATIVA DE SINTONIZAR A ILHA COM O RESTO DO MUNDO... OU SEJA...TIRANDO A COREIA DO NORTE...NAO HA MAIS NENHUM PAIS QUE SE DIZ COMUNISTA QUE REALMENTE ACREDITE NESTA BOBAGEM