A Polícia Militar está desde cedo neste domingo (22) acompanhando a reintegração de posse da ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba em São Paulo. O terreno foi cercado por uma parte do efetivo e a polícia entrou com carro blindado, Tropa de Choque e uma equipe das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) de São Paulo. A operação conta ainda com dois helicópteros Águia. Toda essa força tarefa, digna de cenas de guerra, é para desocupar a área disputada entre os cerca de 6 mil moradores e a empresa proprietária do terreno.
Em resposta, moradores do Pinheirinho atearam fogo nas barricadas que foram montadas em pontos estratégicos, para tentar impedir o avanço do policiamento. Até às 7h30 da manhã de hoje, havia três pontos de incêndio dentro do local e os bombeiros aguardavam do lado de fora. Segundo a PM de São Paulo, duas pessoas estão detidas. A polícia utilizou bombas de efeito moral e uma pessoa ficou ferida e foi levada em estado grave ao Hospital Municipal, segundo informações da Secretaria de Saúde.
Segundo a Prefeitura de São José dos Campos, houve confronto entre a Guarda Civil e um homem, que foi baleado quando tentava invadir um ginásio poliesportivo no Campo dos Alemães, onde tendas foram montadas para que os moradores sejam encaminhados ao sair das casas.
A Secretaria de Saúde informou ainda que duas pessoas foram atendidas em estado de choque na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Campo dos Alemães e estavam bastante nervosas, mas não apresentavam ferimentos e foram liberadas. Outra pessoa também foi atendida na UPA atingida por uma pedra, mas não há confirmação se ela foi ferida no confronto do Pinheirinho.
Invasão - O terreno foi invadido há oito anos. Os mais de 1 milhão de metros quadrados pertencem à massa falida de uma empresa do especulador Naji Nahas. Cerca de 1.600 famílias vivem no local, segundo o censo da Prefeitura. Com o tempo, o Pinheirinho ganhou infraestrutura de bairro, com comércios e igrejas.
Disputa judicial - A reintegração de posse do Pinheirinho vem causando inclusive disputa entre órgãos judiciais. Na terça (17), a polícia já estava preparada para a invasão e, mas foi parada por uma ordem da Justiça Federal, juíza federal Roberta Monza Chiari, suspendendo a reintegração. O documento foi cassado ainda na terça, pois o juiz reconheceu que a competência do caso deveria continuar com a Justiça Estadual e a reintegração de posse continuava mantida.
Durante a semana, os advogados do movimento de ocupação protocolaram novos recursos contra a decisão, mas todos foram negados pela Justiça Estadual. Na sexta (20), o pedido de desocupação foi anulado mais uma vez, pela Justiça Federal, através de liminar concedida pelo Tribunal Regional Federal de São Paulo, aos representantes do movimento. A liminar ordenava que a decisão da juíza substituta Roberta Monza fosse novamente considerada, mas, a juíza estadual responsável pelo caso alegou que não havia sido notificada e que a ordem de despejo deveria ser cumprida imediatamente.
A invasão - O terreno de mais de 1 milhão de metros quadrados foi invadido há oito anos. No local, vivem cerca de 1.600 famílias, segundo o censo da Prefeitura. Com o tempo, o Pinheirinho se tornou um bairro, com comércios e igrejas.
Com informações do G1 e CBN. Foto, reprodução VNews.
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