O governador Geraldo Alckmin (PSDB) nomeou um dos 116 acusados do massacre do Carandiru, em 1992, para comandar a Rota, espécie de tropa de elite da PM paulista. O tenente-coronel Salvador Modesto Madia é réu ao lado de outros 28 policiais acusados de executar 76 presos no Pavilhão 9 do presídio do Carandiru.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Madia era o quarto homem na linha de comando da tropa que foi chamada ara conter a rebelião e retomar o controle do Carandiru. Em média, cada um dos presos assassinados recebeu 4,5 tiros – a maioria na cabeça e no tórax. Muitos dos detentos foram atingidos nas costas. Os PMs alegam legítima defesa.
De acordo com a denúncia, os 80 policiais invadiram o pavilhão e mataram os presos – nenhum oficial morreu. Depois do massacre, dezenas de PMs foram afastados da Rota, o então secretário da Segurança Pública, Pedro Franco de Campos, pediu demissão e a PM criou programas de controle da violência letal.
O anúncio de Madia para assumir a Rota foi recebida com críticas de entidades de defesa dos direitos humanos. “Alguém que participou do massacre do Carandiru não pode receber nem promoção, quanto mais chegar a um cargo tão sensível quanto o comando da Rota”, afirmou o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Ivan Seixas.
Com informações de O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo
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