11 de outubro de 2011

UTOPIA



Morus

A secura do mar...
A aridez da terra...
A apatia do céu...

A dureza do coração do homem
Que não entende que as flores também crescem para dentro.
Que as árvores também são frondosas no fundo
Que há milhares de pães e peixes para seis homens avarentos
Que esteve sempre tudo torto, às avessas
Que os homens pobres giram às pressas
Borboletas inermes, batendo nas paredes às cegas
Que só há tristeza nos muitos sangues derramados
Que o tigre só é perfeito porque não é humano

Thomas

Que o diabo tenha piedade de nós
Que Deus tenha piedade do diabo
Que o amor não é só carne e angústia
Que aprendamos a matemática mágica
Do dividir para multiplicar
Que nada nos é necessário
Mas tudo nos faz falta
Porque tudo nos fez, nos faz,
E, se assim continuar, nos fará falta
Que o homem descubra logo a força que brota do chão
Que haja fartura de pão e peixe entre os irmãos
Que todos se descubram irmãos e se alegrem
Que teu delírio se transforme em deleite
Para os homens que virão,

Meu Santo Thomas Morus.




Seja o primeiro a comentar!