24 de outubro de 2011

O #mimimi da Imprensa contra o ENEM .A "ética" exigida mas não praticada


Às vésperas do exame do Enem, a mídia estava histérica, publicando “problemas” ( e inventariando problemas das edições anteriores) na organização da prova.
Quem já participou de algum concurso público, trabalhou na organização, ou na aplicação de provas, sabe que dificilmente deixará de haver algum tipo de questionamento quanto à organização e/ou resolução de alguma questão.
Padronizar a atuação de fiscais de provas em um concurso de dimensões estaduais ou federais somente seria conseguido se o elemento humano (fiscal) fosse substituído pelas máquinas (um programa de computador).
Acompanhei as notícias sobre o Enem, na semana que antecedeu o início das provas. Algumas estão linkadas abaixo:





Se esforçaram muito, temos que admitir, para que suas profecias de fracasso do Enem fossem auto-realizáveis. Porém, não foi o que ocorreu. 
O Enem, transcorreu bem e sem nenhum incidente significativo de destaque, tendo-se em vista o gigantismo do território nacional e o número de inscritos na prova.
Mas por que será que a imprensa se transformou em profetisa de “profecias auto-realizáveis?
Em que uma prova, que tem como objetivos construir indicadores para aferir a qualidade do ensino médio e democratizar o acesso ao ensino superior, pode afrontar, prejudicar ou tirar poder da imprensa ou de seus financiadores?
Algumas dezenas de razões poderiam ser apontadas, destacamos as mais óbvias:

1- Desqualificar um projeto de educação que vem sendo desenvolvido pelo MEC há 9 anos e que já começa a dar resultados, mesmo que tímidos.
2- Desqualificar um governo que está trabalhando para democratizar o acesso ao ensino superior.
3- Defender o loby dos donos de cursinhos pré vestibulares que estariam prestes a perder um filão muito lucrativo do mercado da educação.
4- A velha e esquecida luta de classes , por perceberem que este sistema de seletividade dá a possibilidade de que os mais pobres, oriundos de escolas públicas, tenham a oportunidade que nunca tiveram neste país.
5- Preocupação com as tais “competências” exigidas nas provas do Enem, que necessariamente obrigará os sistemas de ensino, públicos ou privados, a rever seus currículos e métodos pedagógicos ultrapassados. Etc, etc.
Um pequeno exemplo do motivo dessa preocupação da imprensa, porta vozes dos donos poder econômico foi o publicado pelo portal IG, abaixo linkado:

Estado e Direito são tema da prova de Humanas no Enem

Compreender a evolução das regras do poder nos países e as implicações para as sociedades é essencial para responder questões http://ultimosegundo.ig.com.br/colunistas/mateusprado/estado-e-direito-sao-tema-da-prova-de-humanas-no-enem/c1597262563844.html

Quando todo cidadão se apropriar de sua cidadania, entendendo o que é o Estado, o que é a democracia e o que compete a cada um dos poderes de um país republicano, ficará mais difícil para o chamado “quarto poder” manipular a informação, como parte da imprensa sempre tem feito e com mais intensidade nos últimos nove anos.
Ficará também muito difícil convencer a opinião pública de que a imprensa que convoca marchas contra a corrupção, paga um “jornalista” para cometer atos ilegais e ainda os publica ufanando-se de sua ladinagem e rindo da cara de todos os candidatos que fizeram a prova respeitando as regras estabelecidas pelo edital, como foi o caso de O Globo:
Sem ser repreendido por fiscais, repórter faz a prova do Enem 2011 com itens que eliminaram outros candidatos

Leia mais sobre esse assunto em 
http://oglobo.globo.com/educacao/vestibular/mat/2011/10/24/sem-ser-repreendido-por-fiscais-reporter-faz-prova-do-enem-2011-com-itens-que-eliminaram-outros-candidatos-925640398.asp#ixzz1biOekihd
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Ou seja, a “moral e a ética” de parte da imprensa brasileira será entendida pelo cidadão brasileiro quando as escolas públicas estiverem preparadas para desenvolver nos alunos brasileiros as competências exigidas na prova do Enem.
Isto deve ser muito preocupante para orgãos “éticos” como a revista Veja,a Folha de São Paulo e o jornal O Globo, entre outros.



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