29 de julho de 2011

Apagão atinge bairros de São Paulo e afeta 700 mil clientes; linha do Metrô é paralisada

Do UOL

Apagão atinge bairros de São Paulo e afeta 700 mil clientes; linha do Metrô é paralisada

Do UOL Notícias*
Em São Paulo

Um apagão atingiu diversos bairros das zonas oeste e sul de São Paulo na noite desta quinta-feira (28). Segundo a AES Eletropaulo, concessionária de energia da região metropolitana, o apagão foi causado por uma falha na subestação Milton Fornasaro, da Companhia de Transmissão de Energia de São Paulo (Cteep), e afetou 700 mil clientes --o que inclui residências e usuários corporativos.

A Cteep afirmou que ainda não é possível precisar todas as áreas afetadas nem a causa da falha, que será investigada. Relatos de internautas dão conta que Pompeia, Perdizes, Jaguaré, Butantã, Vila Madalena, Sumaré, Morumbi, Pinheiros e Alto de Pinheiros estavam às escuras por volta das 19h30. Devido ao problema, as hashtags #semluz e #apagaosp ganharam destaque no microblog Twitter.

A Cteep informou que às 20h15 o serviço foi restabelecido.

"Para agilizar o restabelecimento, a Eletropaulo prontamente iniciou a transferência de carga entre suas subestações para contribuir com o trabalho da Cteep", afirma nota da empresa.

Em nota oficial, a companhia afirma que "às 19h06, houve uma ocorrência no setor de 88 kV de sua subestação Milton Fornasaro, localizada na região oeste da capital paulista. Isso levou à atuação do sistema de proteção e, como consequência, desligaram-se os transformadores que alimentam o referido setor. A ocorrência interrompeu parcialmente o fornecimento de energia elétrica à Eletropaulo".

Ainda segundo a Cteep, "um dos transformadores foi restabelecido às 19h32, normalizando o abastecimento à distribuidora. Às 20h15 foi normalizado o segundo, restabelecendo a condição operacional da subestação".

Linha do metrô paralisada

Por conta do apagão, a Linha 4-Amarela do Metrô parou de funcionar por volta de 19h30. Segundo funcionários da linha, o apagão gerou uma falha técnica no fornecimento de energia que paralisou a circulação dos trens. O serviço foi normalizado às 20h30.

Com o problema, a linha, que normalmente opera até as 21 horas, estendeu suas atividades até as 21h30. Três trens foram paralisados durante a queda de energia. No primeiro trem, os passageiros foram chamados a esvaziar o vagão e caminharam até a estação Pinheiros, a mais próxima do local de parada, segundo a assessoria da concessionária. Nos outros dois trens, os passageiros desceram nas estações Pinheiros e Paulista.

egundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), "diversos" semáforos da capital ficaram apagados das 19h às 20h, especialmente nos bairros das zonas oeste e sul. O túnel Jânio Quadros, que passa por baixo do rio Pinheiros e liga o Itaim Bibi ao Morumbi, também ficou às escuras no período.

Os serviços de trem não foram afetados, segundo informações da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

CPI investiga Eletropaulo

A AES Eletropaulo informou que não tem relação com o apagão desta quinta-feira. Os serviços da concessionária de energia, entretanto, são alvo de investigação em uma CPI na Câmara municipal. Segundo o vereador Antonio Donato (PT), os investimentos da concessionária em manutenções preventiva e corretiva na rede "são insuficientes" para evitar cortes no fornecimento de energia.

O último caso foi em junho, quando moradores ficaram quase três dias sem energia por conta de um vendaval. O próprio governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou na ocasião que a concessionária "não tem condições de operar com segurança" em situações de emergência.

A avaliação do parlamentar foi feita após a reunião da CPI em que foram ouvidos, sob convocação, o diretor de operações da concessionária, Sidney Simonaggio, e o engenheiro responsável pelos projetos que são entregues à Convias (Departamento de Controle de Uso de Vias Públicas), Moacir Fernandes.

"A avaliação final da comissão é que a Eletropaulo tem uma dificuldade grande [em relação aos cortes no fornecimento] porque tem uma estrutura que não está adequada para as manutenções preventiva e corretiva. Foi insatisfatório no sentido mesmo de dar resposta de que haverá segurança de que esses problemas não mais ocorrerão", declarou o presidente da comissão.

A comissão foi instalada em abril deste ano para investigar as razões de cortes de energia e apagões registrados na capital em 2010 e 2011.

Multa de R$ 26,7 milhões

A Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) multou, no último dia 12, em R$ 26,7 milhões a Eletropaulo. Segundo a agência, foram identificadas "não conformidades" nos serviços prestados entre o começo de 2009 e maio de 2010. O órgão, entretanto, se diz impedido por lei de dar detalhes do processo.

De acordo com a Arsesp, desde 2007 a Eletropaulo já recebeu multas que somam R$ 37,6 milhões. No entanto, pagou, até o momento, somente R$ 653,3 mil. O restante ainda é objeto de recursos administrativos ou judiciais.

Pacote de investimentos

No começo de julho, a Eletropaulo anunciou que destinaria R$ 120 milhões a mais nos próximos dois anos para ampliar o atendimento ao cliente, contratar 580 novos eletricistas e incrementar a tecnologia de automação para a rede de distribuição.

A empresa prevê que o atendimento eletrônico passe de 2.000 para 54 mil chamadas por hora. O serviço por SMS também será ampliado, com aumento de 50% de capacidade, o que possibilitará receber até 100 mil torpedos por dia, com resposta automática informando a previsão para o restabelecimento de energia.

Até o final deste ano, ainda está prevista a instalação de 2.000 religadores automáticos e 5.000 seccionalizadores automáticos. Esses equipamentos permitem que, em caso de interrupção de energia causada por interferência transitória, como um galho de árvore que bate nos fios e depois cai, a rede seja automaticamente protegida e religada instantaneamente, evitando interrupções prolongadas.

*Com informações da Agência Estado

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