6 de maio de 2011

Advogada ligada a ministro do Supremo teria conhecimento de gravações de novo escândalo no DF


Relações de alcova – A Justiça Federal começou a ouvir nesta quinta-feira (05) o depoimento dos “laranjas” de Durval Barbosa, delator do “Mensalão do Democratas”, que protagonizaram o desvio de milhões de Reais dos cofres públicos do Distrito Federal. Entre os depoentes estão alguns familiares da ex-mulher de Durval Barbosa, Fabiani Rodrigues. Para que o leitor entenda a extensão do escândalo, um dos “laranjas” tem em seu nome dezessete apartamentos, todos no mesmo edifício.

De acordo com o jornalista Mino Pedrosa, do “QuidNovi”, os depoimentos à Justiça revelaram que José Antônio Dias Toffoli, outrora advogado-geral da União e atualmente ministro do Supremo Tribunal Federal, recebeu da advogada Cristiane Araújo de Oliveira gravações que comprometiam o então vice-governador do DF e empresário Paulo Octávio, não no escândalo do “Mensalão do Dem”, mas no Pró-DF. Cristiane de Oliveira é a mesma que foi envolvida no escândalo que ficou nacionalmente conhecido com “Máfia das Sanguessugas”, o que lhe custou a exoneração da equipe de transição do governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

Nas irregularidades durante a execução dos programas de apoio ao empreendimento produtivo, conhecidos como Pró-DF, empresários teriam pago propina para a distribuição de lotes. O programa foi desativado. A Câmara Legislativa do Distrito Federal decidiu apurar as denúncias depois de várias discussões. A CPI será a primeira a ser instalada entre três que tiveram requerimentos aprovados. Vão integrar a CPI do Pró-DF os deputados Chico Leite (PT), Olair Francisco (PTdoB), Eliana Pedrosa (PT), Professor Israel Batista (PDT) e Aylton Gomes (PR). As outras duas, se aprovadas, devem apurar supostas irregularidades na área de transporte e na Saúde.

Quem também recebeu as mencionadas gravações no caso do Pró-DF – dessa vez das mãos do delator Durval Barbosa – foi o petista Agnelo Queiroz, à época candidato ao governo do DF. Mesmo sabendo do vazamento das gravações, Paulo Octávio insistiu em assumir o governo distrital após a cassação do então governador José Roberto Arruda. Mas as a gravações podem ter influenciado como chantagem na decisão de Paulo Octávio de renunciar ao governo do Distrito Federal. Paulo Octávio também foi envolvido nas denúncias do “Mensalão do Democratas”.

A partir desse novo capítulo do imbróglio, a Justiça descobrirá que a advogada Cristiane Araújo goza não apenas de intimidades nas coxias palacianas, mas também no Supremo Tribunal Federal. O jornalista Mino Pedrosa destaca no “QuidNovi” que, afinal de contas, “quem se beneficiou com a renúncia de Paulo Octávio foi Agnelo Queiroz, que recebeu das mãos de Durval gravações que tiraram o ex-vice-governador do páreo”.

Os políticos que pegaram carona nas denúncias conseguiram nomear representantes da área de informática em postos-chave do governo do petista Agnelo Queiroz e do peemedebista Tadeu Filippelli. No atual momento, o objetivo dos que foram flagrados pela Operação Caixa de Pandora querem desqualificar o delator Durval Barbosa, operação que pode lhe tirar o benefício da delação premiada.

O escândalo do Pró-DF aconteceu paralelamente ao “Mensalão do Democratas”. Os terrenos destinados programa acabaram nas mãos de um grupo de criminosos que se passavam por empresários e que se tornou conhecido como a Máfia dos Terrenos. Em muitos dos terrenos foram construídos edifícios com pequenos apartamentos, todos para locação. Há dias, o jornalista Sérgio Pardellas, da revista “IstoÉ”, assinou reportagem em que afirma que José Moacir Vieira, titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do DF, pediu demissão por conta das ameaças da Máfia dos terrenos.

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