17 de março de 2011

Memorial da Resistência: Não tem epitáfio pois és bandeira. Rubens Paiva

Governo de São Paulo e

Secretaria de Estado da Cultura apresentam

no Memorial da Resistência de São Paulo

Painel 1

Não tens epitáfio pois és bandeira

Rubens Paiva, desaparecido desde 1971

O Memorial da Resistência de São Paulo apresenta a exposição Não tens epitáfio pois és bandeira. Rubens Paiva, desaparecido desde 1971. A mostra apresenta cerca de 200 fotografias (cor/p&b) e documentos sobre a vida, prisão e o desaparecimento de Rubens Paiva (Santos, SP, 1929 - RJ, 1971), durante o período da Ditadura Militar (1964 – 1985), além de um breve filme. Na abertura da mostra, haverá uma conversa com a família e amigos de Rubens Paiva e será lançado o livro "Segredo de Estado – o desaparecimento de Rubens Paiva", do jornalista e escritor Jason Tércio. Esta exposição foi concebida dentro do Programa Direito à Memória e à Verdade da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica e readequada para o espaço expositivo do Memorial da Resistência de São Paulo. Com curadoria de Vladimir Sacchetta, jornalista e pesquisador.

Abertura dia 26 de março, sábado, às 11h.

Em cartaz até o dia 10 de julho de 2011.

Não tens epitáfio, pois és bandeira. Rubens Paiva, desaparecido desde 1971

O Memorial da Resistência de São Paulo apresenta a exposição Não tens epitáfio pois és bandeira, com cerca de 200 fotografias, documentos e objetos pessoais que revelam momentos da vida de Rubens Paiva com a família; de sua atividade política; a prisão e a luta de sua esposa, Eunice Paiva, pelo restabelecimento da verdade. Rubens Paiva (Santos, SP, 1929 - RJ, 1971) formou-se engenheiro civil pela Universidade Mackenzie, em São Paulo, onde começou a militância política. Foi presidente do centro acadêmico Horacio Lane e vice-presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (1954). Engajou-se na campanha “O petróleo é nosso”, pela criação da Petrobras.

Eleito deputado federal em 1962, teve atuação destacada como integrante da CPI sobre o Instituto Brasileiro de Ação Democrática(IBAD), que promovia propaganda anticomunista e conspirava pela queda do governo de João Goulart. A organização patrocinava campanhas políticas, palestrantes e autores que escreviam artigos denunciando a chamada “ameaça vermelha” no Brasil. A CPI descobriu que o IBAD e a Ação Democrática Popular (ADEP) movimentaram entre 12 e 20 milhões de dólares em suas atividades conspirativas. Paiva foi um dos deputados que ajudou a identificar a origem e o destino do dinheiro. Descobriu que na lista de pagamentos havia integrantes da direita e militares envolvidos na geração de um ambiente político favorável ao golpe. Meses depois,Paiva foi um dos primeiros deputados cassados, oito dias após o golpe de abril de 1964. Pediu asilo na embaixada da antiga Iugoslávia, hoje Sérvia, país para onde viajou vivendo depois na França e Inglaterra. Voltou ao Brasil no final de 1964. Em 1971, foi preso por militares em sua casa no Rio de Janeiro, onde vivia com a esposa e os cinco filhos. Desde então é dado como desaparecido político.

Sobre o livro

O "Segredo de Estado – o desaparecimento de Rubens Paiva", de Jason Tercio, reconstitui todos os acontecimentos relacionados ao mais controvertido caso de desaparecimento político ocorrido durante o regime militar. No dia 20 de janeiro de 1971, agentes da Aeronáutica invadiram a casa do ex-deputado, na Avenida Delfim Moreira, Rio de Janeiro, prendendo também, no dia seguinte, sua mulher e uma de suas filhas. Os efeitos destes acontecimentos, a luta da viúva, Eunice, para encontrar Rubens ou seus restos mortais, a versão oficial da fuga e os bastidores da repressão política da época são intercalados com os principais momentos da vida de Rubens Paiva como político, empresário e pai de família.

Escrito em linguagem literária, o livro ressalta a dimensão humana do caso, entrelaçada ao contexto político e social do país. Apresenta episódios inéditos como os bastidores do Congresso Nacional antes e durante o golpe militar, o asilo de políticos e jornalistas na embaixada da Iugoslávia (hoje Sérvia), a fuga de Darcy Ribeiro e Waldir Pires de Brasília, graças à ajuda de Rubens. O livro é baseado em minuciosa pesquisa do autor em documentos dos órgãos de segurança e de arquivos particulares, depoimentos orais e inquéritos.

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