23 de fevereiro de 2011

A gente espera do mundo e mundo espera de nós: Paciência



Tenho maior respeito e admiração pelo trabalho do jornalista Laerte Braga.
Mas sou obrigada a discordar do texto por ele postado, logo abaixo.
Há momentos em que as coisas parecem não fazer sentido para nós. O episódio da presença da Presidenta Dilma Rousseff à festa de 90 anos da Folha de São Paulo, é um deles.
Toda a argumentação desenvolvida pelo brilhante colaborador deste blog é pertinente, ao menos no que diz respeito a atuação da Folha de São Paulo durante a ditadura militar e o papel que desempenhou nas ultimas eleições presidenciais.
Porém, julgar negativamente o governo Dilma por este episódio, parece-me precipitado.
Quem esteve nesse evento foi a Presidência da República e não a mulher Dilma, torturada, difamada e humilhada pela ditadura e seus apoiadores, no passado e no período pré eleitoral.
É preciso muita força espiritual e dedicação a uma causa para desempenhar o papel que Dilma desempenhou nesse evento, depois de ter sido difamada por esse jornal várias vezes.
Hoje admiro ainda mais a Presidenta e a mulher Dilma Rousseff, pois demonstrou que está à altura do cargo que lhe delegamos. Presidenta da República do Brasil

Dilma Rousseff, quando esteve presa, bordava, segundo depoimento de uma de suas companheiras de cela.
Para bordar, é preciso uma serenidade e paciência quase tibetana.
Você já tentou fazer um trabalho em ponto cruz?
É um trabalho delicado,minucioso que requer, além da habilidade manual, paciência e uma abstração quase total do que está ocorrendo à sua volta. Também é fundamental um controle total da ansiedade, pois não é um trabalho que se consiga realizar em pouco tempo.
Pois bem, Dilma bordava em sua cela, ouvindo gritos de companheiros sendo torturados, sentindo o cheiro da morte que exalava das paredes e do chão daquelas celas e controlando a ansiedade da incerteza de seu futuro. Isso não para qualquer um. É preciso uma força interior quase sobre humana.
Dilma mostrou sua força de caráter e a determinação que lhe é peculiar ao comparecer à festa de aniversário de seus algozes.

Estou orgulhosa da Presidenta do Brasil, ela sabe onde quer chegar e que caminhos tem que trilhar para alcançar seus objetivos.
Quanto a nós, temos que ser críticos sim mas um pouco de paciência seria de bom tom.

2 comentários

jaer51

Eu apenas acrescentaria, que - além de paciência, um pouco de discernimento é indispensável para evitar a pressa das críticas puramente emocionais.Ótimo texto !

Cilmara

Que falta faz uma boa leituira de Maquiavel e seu clássico O Príncipe.
É questão de estrat égia política tão somente.