9 de janeiro de 2011

Eles não conseguem esquecer o Lula/ Nós também.

Li recentemente uma dessas revistas que só lemos em salas de espera de consultórios médicos. As opções nesses ambientes são escassas, ou você lê a Veja, que agravaria seu estado de saúde, ou lê revistas de fofocas de famosos e "empolgantes" resumos de capítulos de novelas da televisão.
A revista a que me refiro é editada pelo jornalista Decio Piccinini e só trata das novelas, de sua tramas e de seus personagens. O interessante é que as matérias da revista te fazem levar um sustinho inicial, pois se você não assiste novelas demora um pouco para perceber que estão tratando de personagens de novela e não da vida real. Deve fazer bastante sucesso entre os noveleiros, pois às vezes somos surpreendidos ao ouvir pessoas falando da Clara e do Totó como se fossem seus vizinhos ou parentes, tamanha a seriedade com que opinam sobre o comportamento ou o futuro desses personagens.
A imprensa dita "séria" deve ter bebido muito dessa fonte, pois o que tem escrito e falado nos veículos de comunicação sobre o presidente Lula, sobre sua família e a vida dele é de deixar qualquer revistinha de fofocas no chinelo.
A aprovação de Lula ao deixar o governo foi record mundial, os resultados de seu governo são visíveis para quem quiser ver, o Brasil mudou e o mundo inteiro reconhce.
Podemos concluir que a aprovação de Lula é de 100%, pois mesmo os Jabores,Mainardis,Reinaldos e Candinhas, como cantava o rei Robeto Carlos: concordam que Lula foi o melhor presidente da história do Brasil, mas mesmo assim vão continuar fofocando.
A Candinha que se cuide!













reproduzido do Balaio do Kotscho

SÃO SEBASTIÃO _ Faz uma semana hoje que o Brasil mudou de presidente. Como todo mundo viu, saiu Lula, entrou Dilma, um novo governo assumiu, a roda da história girou, a fila andou. Para certos setores da imprensa brasileira, no entanto, que até hoje não se conformam com a vitória de Lula em 2002 e 2006, e o sucesso dos oito anos de seu governo, aprovado ao final por 87% da população, é como se nada houvesse mudado.

Parece obsessão _ e é. Entre as perturbações mentais mais comuns, a obsessão compulsiva caracteriza-se pela presença de ideias, de imagens ou de impulsos recorrentes, segundo o Manual Muck da Biblioteca Médica Online.

Dia sim, noutro também, eles não conseguem virar o disco, mudar de assunto. Lula continua sendo o assunto dominante nas manchetes, nas colunas, nos blogs. A única diferença é que, quando ele ainda estava no governo, o presidente respondia aos ataques no mesmo tom, dando a sua versão dos fatos, o que levava a imprensa a falar em ameaças à liberdade de expressão.

Agora, não. É um monólogo do pensamento único. Só um lado investiga, denuncia e julga, sem dar tempo para que as instituições se manifestem. Até entendo o comportamente de editores, colunistas, blogueiros e repórteres da grande mídia, que afinal ganham para isso ou pensam mesmo aquilo que escrevem em seu nicho de mercado.

Mas o massacre é de tal ordem que atingiu até alguns leitores do Balaio, principalmente aqueles que usam codinomes; não importa o tema tratado, escrevem comentários com a mesma ferocidade dos tempos da campanha eleitoral que acabou faz mais de dois meses.

Neste clima, pouco importa se o ex-presidente tem ou não razão ou direito nos atos adotados em seus últimos dias de governo e na primeira semana depois de passar a faixa. Nem tudo o que a lei permite é eticamente recomendável, eu sei. Não estou aqui para julgá-lo ou defendê-lo, não ganho para isso. Posso discordar dele em várias coisas, mas me espanta o tratamento raivoso e vingativo dado a Lula fora do governo em comparação aos seus antecessores.

Qualquer coisa que o agora ex-presidente faça ou deixe de fazer é motivo de críticas, denúncias, editoriais irados, como se devesse simplesmente desaparecer do mapa para ter um pouco de paz.

Nestes primeiros dias de 2011, procurei tratar de assuntos mais amenos, fugir da eterna pauta política de confronto entre governo e oposição, mas está difícil. Cada um entende o que quer, enxerga intenções que não tive e usa qualquer argumento para avivar a guerra ideológica. Até quando?

Agora vou à praia, atendendo a um convite do sol. Bom fim de semana a todos.

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