Rodrigo Viana em seu Escrevinhador descreveu a estratégia militar utilizada pela campanha dos tucanos contra Dilma Rousseff.
Descreveu as Cinco Ondas, leia aqui, arriscando que a quinta onda poderia ser por exemplo:
"...Do que estamos falando? Imaginem uma Igreja queimando no Nordeste, e panfletos de petistas espalhados pela Igreja. Imaginem um carro de uma emissora de TV ou editora quebrado por “raivosos petistas”."
Bingo.
No programa eleitoral de Serra desta noite, 22 de outubro, deu-se o desfecho para a ação montada ontem em Campo Grande, Rio de Janeiro.
Novamente a mesma montagem, já utilizada em outras campanhas, com o discurso de José Dirceu numa assembléia dos professores de São Paulo, onde, completamente descontextualizada a frase, "eles vão apanhar nas ruas e nas urnas" , leva o eleitor a concluir que os violentos petistas são assim mesmo, resolvem as coisas na porrada.
Recuperaram também as imagens de Mario Covas, enfrentando professores grevistas acampados na Praça da Repúiblica em uma interminável e desgastante greve, quando foi agredido por um dos grevistas mais afoito.
Quando Mario Covas tomou essa atitude, um tanto quanto bravateira para um governador, nenhum militante do PT, associado da Apeoesp ou professor grevistas aprovou a agressão por ele sofrida. Porém todos foram unânimes, inclusive filiados do PSDB, que a atitude de Mario Covas foi impensada e imprópria para um governador. Ele deveria ter recebido a comissão de greve dentro do Palácio dos Bandeirantes e não ir mostrar sua "coragem" em território tomado pelos grevistas.
Essas imagens foram usadas e exploradas eleitoralmente depois pelo PSDB aqui em SãoPaulo, até por que o governador Mario Covas já estava doente nessa época.
O episódo de ontem no Rio de Janeiro, foi uma tentativa de reeditar o epísódio Mario Cova/professores acampados na Praça da República.
Com tantos especialistas em marketing político, em segurança e estratégias de guerra eleitoral nenhum previu que o terreno onde Serra foi fazer sua passeata era campo minado?
Houve uma tentativa de confronto deliberada da campanha de Serra, para conseguir o mesmo efeito do confronto de Mario Covas e usar no programa eleitoral como alerta ao eleitor sobre a "violência" petista.
Há inúmeros exemplos dessa estratégia utilizada pelos tucanos no Brasil no periodo da ditadura e posteriormente.
Um dos mais famosos foi a bomba do Rio Centro, que deu errado e foi o estopim para o processo de abertura política.
A coordenação da campanha de Dilma Rousseff, o PT e os militantes tem que abrir os olhos, agir com muita cautela e, como se dizia em manifestações estudantis e de trabalhadores durante a ditadura, não aceitar provocações.
São tempos bicudos os que estamos vivendo.
A FARSA DA JUSTIÇA NO BRASIL
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*A FARSA DA JUSTIÇA NO BRASIL*
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