Um galo sozinho não tece uma manhã:
Ele precisa sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
E o lance a outro; de um outro galo
Que apanhe o grito que um galo antes
E o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem
Os fios de sol de seus gritos de galo,
Para que a manhã, desde uma teia tênue,
Se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
Se erguendo tenda, onde entrem todos,
Se entretendendo para todos, no toldo(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
Que, tecido, se eleva por si:
luz balão.
( Tecendo a manhã João Cabral de Melo Neto)
Reproduzo o texto de Renato Rovai, por compartilhar de suas impressões sobre a velha mídia e o espetáculo dantesco que tem nos tem proporcionado neste processo eleitoral.
Mas com uma esperança no fundo da alma, de que todo este processo servirá para algo.
O Primeiro encontro de Blogueiros Progressista já havia deixado em seus participantes a impressão de que algo novo esta se delineando na maneira de fazer jornalismo e no direito à informação que deve ter toda sociedade democrática.
Também gostaria de estar escrevendo sobre assuntos que me empolgam, como educação, filosofia , estar denunciando os descasos da política local de minha cidade tão sofrida ou simplesmente postando uma foto de um lindo Ipê amarelo, que teimosamente flore no meio da poluição e sujeira do meu bairro.
Mas temos que estar diariamente defendendo nossos ideais e a democracia recém conquistada dessa matilha de hienas que se consideram os donos do Brasil .
A geração que viveu sua infância e adolecência durante a ditadura militar é uma geração SOBREVIVENTE e não desistirá facilmente.
Disto eu tenho certeza!
Somos os galos da poesia de João Cabral de Mello Neto:
Apanho aqui o canto do Rovai e repasso para outros galos que, repassarão a outros e mais outros e juntos teceremos uma nova manhã.
"Eles', hoje, detém o poder da informação manipulada mas ,"NÓS" ,somos muitos galos por este Brasil a fora.
Jornalismo é diferente de vejismo, folhismo e globismo
setembro 17th, 2010 by Renato Rovai
Os principais veículos da velha mídia estão dando um novo show de anti-jornalismo. Não é nada novo. Foi exatamente assim em 2006. Foi exatamente assim em muitos outros momentos recentes.
A cada dia um novo factóide é lançado.
O de hoje busca ser sempre mais escandaloso do que o de ontem.
Reputações são destroçadas a partir de relações absurdas, realizadas sem o menor critério jornalístico.
Sem que haja compromisso algum com a verdade factual.
Nesses últimos dias alguns absurdos já tornaram pessoas inocentes em bandidos midiáticos.
O caso do analista Amarante é um deles.
O funcionário público foi achincalhado em manchetes de jornais como tendo quebrado 11 vezes o sigilo de Eduardo Jorge.
Quando ele desmontou a farsa, ninguém se desculpou.
Não importa quem esteja no caminho, se é para destruir o PT e Lula vale tudo.
Jornalismo não é isso.
É legítimo que os veículos impressos de comunicação tenham posições. No caso de veículos concessionários, não.
Esses são concessões do Estado. Ou seja, de toda a sociedade. Devem ser pautados pelo equilibro e pela independência.
A Globo quando decide fazer campanha contra um candidato e a favor de outro está incorrendo num crime. Poderia ser multada e até sofrer punições.
De qualquer maneira, a diferença entre ter posição e construir uma narrativa de fim de mundo para tentar mudar o rumo de uma eleição são coisas absolutamente diferentes.
É isso que Veja, Folha e Globo, em especial esses três veículos, têm feito.
Isso tem custado caro inclusive para alguns, como este blogueiro, que acabam tendo de gastar boa parte do seu tempo desarmando bombas.
Neste momento poderíamos estar trabalhando em coisas mais interessantes. Entrevistando pessoas para discutir o modelo de desenvolvimento que queremos, quais devem ser os planos para a educação do país avançar, quais seriam as políticas necessárias para um equilíbrio regional etc.
Mas não.
É necessário trabalhar para desmoralizar a fábrica de mentiras.
Aliás, falando em mentiras e verdades, o amigo já imaginou o que aconteceria se um candidato que apoiasse a Dilma ou o Mercadante fosse preso por ser acusado de participação no PCC? Já imaginou se ele aparecesse com uma Ferraria de 1,4 milhão e seu patrimônio estimado fosse de 100 milhões sem que ele tivesse como explicar a renda.
Pois é, isso aconteceu.
A matéria de hoje da Folha de São Paulo tratou do assunto, mas não mostrou, por exemplo, a foto desse candidato, do PSC, abraçado a um candidato a governador.
Nem citou o nome desse candidato a governador de São Paulo.
Eu também não vou fazê-lo.
Porque sinceramente acho que Alckmin não faz parte do PCC.
E porque sei que político tira foto abraçado com qualquer um.
Se fosse com a Dilma ou com o Mercadante que o sujeito estivesse abraçado, provavelmente você veria a foto na capa de todos os jornais.
E no Jornal Nacional.
Isso não é jornalismo.
É vejismo, folhismo e globismo.
setembro 17th, 2010 by Renato Rovai
Os principais veículos da velha mídia estão dando um novo show de anti-jornalismo. Não é nada novo. Foi exatamente assim em 2006. Foi exatamente assim em muitos outros momentos recentes.
A cada dia um novo factóide é lançado.
O de hoje busca ser sempre mais escandaloso do que o de ontem.
Reputações são destroçadas a partir de relações absurdas, realizadas sem o menor critério jornalístico.
Sem que haja compromisso algum com a verdade factual.
Nesses últimos dias alguns absurdos já tornaram pessoas inocentes em bandidos midiáticos.
O caso do analista Amarante é um deles.
O funcionário público foi achincalhado em manchetes de jornais como tendo quebrado 11 vezes o sigilo de Eduardo Jorge.
Quando ele desmontou a farsa, ninguém se desculpou.
Não importa quem esteja no caminho, se é para destruir o PT e Lula vale tudo.
Jornalismo não é isso.
É legítimo que os veículos impressos de comunicação tenham posições. No caso de veículos concessionários, não.
Esses são concessões do Estado. Ou seja, de toda a sociedade. Devem ser pautados pelo equilibro e pela independência.
A Globo quando decide fazer campanha contra um candidato e a favor de outro está incorrendo num crime. Poderia ser multada e até sofrer punições.
De qualquer maneira, a diferença entre ter posição e construir uma narrativa de fim de mundo para tentar mudar o rumo de uma eleição são coisas absolutamente diferentes.
É isso que Veja, Folha e Globo, em especial esses três veículos, têm feito.
Isso tem custado caro inclusive para alguns, como este blogueiro, que acabam tendo de gastar boa parte do seu tempo desarmando bombas.
Neste momento poderíamos estar trabalhando em coisas mais interessantes. Entrevistando pessoas para discutir o modelo de desenvolvimento que queremos, quais devem ser os planos para a educação do país avançar, quais seriam as políticas necessárias para um equilíbrio regional etc.
Mas não.
É necessário trabalhar para desmoralizar a fábrica de mentiras.
Aliás, falando em mentiras e verdades, o amigo já imaginou o que aconteceria se um candidato que apoiasse a Dilma ou o Mercadante fosse preso por ser acusado de participação no PCC? Já imaginou se ele aparecesse com uma Ferraria de 1,4 milhão e seu patrimônio estimado fosse de 100 milhões sem que ele tivesse como explicar a renda.
Pois é, isso aconteceu.
A matéria de hoje da Folha de São Paulo tratou do assunto, mas não mostrou, por exemplo, a foto desse candidato, do PSC, abraçado a um candidato a governador.
Nem citou o nome desse candidato a governador de São Paulo.
Eu também não vou fazê-lo.
Porque sinceramente acho que Alckmin não faz parte do PCC.
E porque sei que político tira foto abraçado com qualquer um.
Se fosse com a Dilma ou com o Mercadante que o sujeito estivesse abraçado, provavelmente você veria a foto na capa de todos os jornais.
E no Jornal Nacional.
Isso não é jornalismo.
É vejismo, folhismo e globismo.
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