9 de setembro de 2010

Segue a segunda parte da entrevista com o ministro Alexandre Padilha. A primeira, para quem não leu, está no post anterior

reproduzido do blog do Rovai

Segue a segunda parte da entrevista com o ministro Alexandre Padilha. A primeira, para quem não leu, está no post anterior.

O senhor participou ativamente da definição das alianças que estão dando sustentação à candidatura da ministra Dilma. Queria que o senhor fizesse uma avaliação das articulações regionais da campanha, em especial as que aconteceram em Minas e no Maranhão e que foram um tanto polêmicas.

Neste momento a avaliação é muito positiva. É lógico que depois das eleições é que serão feitas as avaliações das articulações regionais e locais com maior precisão. Mas naquilo que cabe à construção das alianças, tem sido muito positivo, porque essas alianças regionais construídas é que possibilitaram essa grande aliança nacional de apoio a Dilma. E que tem dado, inclusive, nesses dois estados que você citou (Maranhão e Minas Gerais), uma grande dianteira da candidatura dela nas pesquisas. No Maranhão, hoje Dilma coloca 60 pontos percentuais à frente do candidato de oposição. Em Minas Gerais, há pesquisas que apontam de 20 a 30 pontos percentuais de Dilma à frente do candidato de oposição. Então, a avaliação que podemos fazer neste momento é que essas alianças ajudaram a consolidar a aliança nacional. Tenho convicção de que elas também foram decisivas para se construir essa aliança grande nacional que tem dado sustentação para a candidatura da Dilma e que também têm garantido para o governo tranqüilidade, tanto na Câmara quanto no Senado, para que ele possa concluir a sua obra até o dia 31 de dezembro.

Ministro, o senhor tem dimensão hoje de quantos prefeitos no Brasil apoiam a candidatura Dilma?

Não tenho como numerar, porque a cada dia mais prefeitos e prefeitas têm vindo apoiar a Dilma. Isso é fruto de uma política federativa republicana construída desde 2003 nos governos do presidente Lula. Tanto prefeitos como governadores passaram a se sentir parte desse país que está sendo construído, parceiros de fato, nas políticas públicas, nas ações, na ampliação de investimento público no país.

O senhor acha que a Dilma, se eleita, vai fazer um governo diferente do presidente Lula. O senhor acha que ela vai conseguir fazer um governo mais à esquerda do que o do presidente Lula?

Não existe governo mais à esquerda do que um que tirou 30 milhões de pessoas da pobreza e que realizou conferências que envolveram milhões de pessoas, por exemplo. Acho que a Dilma vai conseguir fazer aquilo que o Lula tem dito, vai fazer um governo melhor do que o dele, pois as bases e as condições econômicas e sociais já foram construídas no Brasil para que se possa avançar cada vez mais.
Hoje, nossas relações com o mundo já estão sólidas e as bases estão construídas. Estamos ocupando um espaço de potência. Com a questão do pré-sal, então, poderemos investir na educação e em grandes coisas que o país precisa.
O Banco Mundial tem um estudo, que com certeza você conhece, que aponta que a cada 10% da ampliação de cobertura de acesso à banda larga, temos um crescimento potencial de 1,3% do PIB. E o governo tem um Plano Nacional de Banda Larga. São ações como essa que vão fazer que nosso crescimento econômico seja melhor, pois será distribuído nacionalmente. Esse é o grande desejo do Lula para a Dilma. Ele espera que ela faça melhor que ele.

Os ministros estão fazendo um balanço das ações de cada ministério pra entregar para a Casa Civil como legado deste governo para a transição. O que é preciso mudar na articulação política?

Se eleita, a Dilma vai ter conquistado o cargo com a maior coligação que o PT já teve. Em nenhuma eleição que disputou o Lula teve apoio de tantos partidos, como tem a candidatura da Dilma. Além disso, ela está tendo o apoio de um grande número de parlamentares e prefeitos. E ainda conta com a maior coligação social da história. Ela começou a campanha com o apoio das seis centrais sindicais, coisa que nem o Lula que foi uma grande liderança sindical teve. Ou seja, nós acreditamos que a Dilma vai sair desse processo como uma grande liderança e com grande votação, podendo, inclusive, suplantar o presidente Lula em número de votos. Essa é a primeira vantagem, são condições eleitorais que o presidente Lula não teve. Além disso, Dilma tem a vantagem do amadurecimento do conceito de construção de governabilidade que aconteceu no governo do presidente Lula. É uma ideia de governabilidade que faz com que o peso das relações que são normais, como a ocupação de cargos no espaço político, se reduza perante uma relação política consolidada.

No governo do presidente Lula, também houve o amadurecimento do primeiro para o segundo mandato, de que a coalizão deve ser construída com os líderes partidários, com os presidentes dos partidos. Se vencer, Dilma vai assumir o governo com a experiência do conceito de coalizão bastante amadurecido. Com condições melhores de avançar cada vez mais.

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