12 de setembro de 2010

Diego Escosteguy não seguiu os ensinamentos do Tio Jorge, mas do Tio Reynaldo Azevedo. Que pena!

Ontem, 11 de setembro, perguntei ao Nassif via twitter se o jornalista Diego era filho do Jorge Escosteguy. Me respondeu que é sobrinho.

Tinha razões para isso, os que já passaram dos "enta",tem na memória o trabalho sério do falecido Jorge Escosteguy.

"Jorge Dias Escosteguy (Santana do Livramento, 30 de novembro de 1946 — São Paulo, 17 de novembro de 1996) foi um jornalista brasileiro.

Foi editor das revistas Isto É e Veja e chefe de redação da Rede Globo, além de editor-chefe do jornal da TV Cultura, apresentador do programa Opinião Nacional e mediador do Roda Viva (de 1989 a 1994), por onde passaram e passam grandes nomes da política (inclusive Presidentes do Brasil e Portugal, Fidel Castro e Ayrton Senna), música, literatura, economia, etc.

É também autor do livro Cuba hoje, 20 anos de revolução.

Além disso foi um dos grandes nomes do jornalismo brasileiro. Apresentou durante muitos anos o Roda Viva.

"Scothc", como era conhecido no meio jornalístico, morreu aos 49 anos, de infarto."(Wikipédia)

Em 82 ou 83,conheci pessolmente o Escosteguy num colégio privado de São Paulo, onde estudavam meus filhos e o dele, não tenho certeza absoluta, mas parece-me que o Diego da Veja, sobrinho do Jorge segundo me informou o Nassif, também estudava no mesmo colégio.
Esse colégio foi criado, na década, de 70 por um grupo de imigrantes espanhóis bem sucedidos economicamente com o objetivo de atender aos decendentes de espanhóis residentes em São Paulo, preferencialmente mas não exclusivamente. Posteriormente o Estado Espanhol encampou a idéia desse grupo de imigrantes, passando a assumir o colégio com integrante do Estado espanhol.
Em 1988, como membro de um conselho de imigrantes espanhóis que representava esse coletivo junto ao consulado espanhol, estive em Madrid na sede do PSOE, levando reivindicações dos imigrantes espanhóis em São Paulo.
Uma das reclamações constantes era em relação a esse colégio, pois a coletividade espanhola em São Paulo entendia que ele não estava atendendo aos decendentes de imigrantes espanhóis em sua maioria, mas a uma elite econômica que residia no elegante bairro do Morumbi.
Ao relatar a reclamação da coletividade de imigrantes espanhós ao representante do orgão responsável em atender as demandas de espanhóis emigrados, obtive a seguinte e reveladora explicação:

O colégio espanhol de São Paulo não está lá para atender aos filhos dos imigrantes espanhóis, mas para formar a elite brasileira que futuramente influenciará nos destinos do país. O colégio tem a função de ajudar a formar pessoas que futuramente, em cargos de dirigentes econômicos e políticos, favoreçam as relações comerciais e os interesses da Espanha naquele país.

Já havia tido outras decepções com o tal colégio,mas essa revelação nua e crua foi decisiva para trocar meus filhos de escola.

Quando vi o nome do jornalista da Veja que fez essa armação com a Ministra da Casa Civil Erenice Guerra, lembrei-me desse fato.
Não quero dizer que o colégio é responsável pela desonestidade profissional do jornalista, que poderia ter seguido o exemplo de seu tio Jorge e não o do tio Reinaldo de Azevedo, que deve ser o seu mestre. Mas a informação que obtive em Madrid em 1988, parece estar se confirmando.

Luis Nassif explica o método do de trabalho do Diego Escosteguy em seu blog:



Veja publicou a própria prova do (seu) crime

Enviado por luisnassif, dom, 12/09/2010 - 14:12

Vamos conferir direitinho o método de reportagem do Diego Escostegui e da Veja.

Como expliquei no Twitcam, o jogo da manipulação consiste em pegar um conjunto de informações soltas, depois compor um roteiro à vontade do freguês, uma peça de ficção mas que contenha alguns ingredientes reais.

Como fez o Diego?

Levantou um contrato da Via Net Express com a Capital (do filho da Erenice) em que se fala em taxa de sucesso de 6%.
Diz que, pela Via Net, quem assina é o seu dono Fábio Bacarat (À medida que os fatos vão aparecendo fica-se sabendo que Bacarat nem parte da Via Net faz: é um pequeno lobista brasiliense que conhece o filho de Erenice, contratado por uma empresa de São Paulo para oferecer lobby à MTA). Nada tem a ver com a empresa, a não ser oferecer serviços eventuais.
Levanta matérias recentes da imprensa, sobre as ligações da MTA com a ANAC e os Correios.
Mencionou contratos obtidos pela MTA junto aos Correios e calculou os 6% de comissão sobre eles, embora o contrato parte tenha sido por pregão presencial.
Matéria pronta: a MTA contratou a Via Net para influenciar a ANAC e esta contratou o filho da Erenice. 6% sobre o valor dos contratos com os Correios dá uma soma admirável.
Para fechar o elo, diz que Erenice «indicou» o tal coronel Quá-Quá para a ANAC? A prova: a assinatura dela na indicação. Não informa que todas as indicações para cargos públicos passam pela Casa Civil.
A partir dessa soma admirável, a revista faz toda sorte de elucubrações. Fala em financiamento do esquema, em reuniões fechadas, sem celular nem caneta e o escambau.
Infelizmente a revista não disponibiliza mais o conteúdo na Internet e meu scan aqui em casa dá incompatibilidade com o Mac. Peço que um de vocês escaneie trecho do tal contrato que a revista publica na página 81.

Lá se lê:

Cláusula 2.1 – São obrigações da Contratada:

a) Prestar serviços de consultoria e (...)

b) Representar a Contratante junto a instituições públicas e privadas, com zelo e probidade (...)

A revista sublinha esse trecho como se fosse incriminatório. Trata-se de texto padrão de qualquer contrato de consultoria.

Agora, ao que interessa: as formas de pagamento:

Cláusula Terceira – Do Pagamento

3.1 Pela prestação dos serviços, a Contratante pagará mensalmente à Contratada o valor de R$ 24.738,00 a título de remuneração (,,,)

E o que efetivamente interessa, a tal taxa de sucesso de 6%:

3.3 Na hipótese de êxito na prestação de serviços de assessoria relacionados à obtenção de empréstimos e/ou financiamentos junto à instituições nacionais ou internacionais, públicas ou privadas, a Contratada fará jus a 6% sobre o montante auferido ao final da transação.

A revista precisava mostrar a «prova» do pagamento de 6% de propina. Mas esse percentual não vinha separado: estava em um parágrafo inteiro que não podia ser suprimido. Precisou, então, publicar o parágrafo inteiro para expor o número mágico dos 6%. Publicando, matou ela própria sua matéria.

E aí fica-se sabendo que a taxa de sucesso nada tinha a ver com a ANAC, com contratos com os Correios, com renovação de concessão. Mas apenas no caso de obter financiamentos – que, pelas declarações do Bacarat, nunca foram obtidos.

Check-up de todos os erros da matéria:

1. Apresentou um pequeno lobista de Brasilia, amigo do filho da Erenice, como dono da empresa que prestava consultoria à MTA.

2. Imputou à Erenice a indicação do coronel da ANAC, apenas devido ao fato de ela ter assinado sua nomeação - sem informar que todas as nomeações em órgãos públicos passam pela Casa Civil.

3. Colocou a taxa de sucesso de 6% no caso de obtenção de financiamentos, como se fosse referente aos contratos obtidos junto aos Correios.

4. Montou toda a encenação (das reuniões sigilosas, das conversas com Erenice sobre a propina) em cima de uma informação falsa: a de que os 6% se referiam aos contratos dos Correios e ao trabalho junto à ANAC.

4 comentários

Sua consciência

E agora? vai pedir desculpas ao Diego? Proteger bandidos é crime, viu!

Anônimo

Estudei no referido colégio por 10 anos e endosso totalmente o escrito. Não colocarei meus filhos lá por nada. Obviamente tenho boas recordações de infância, mas como instituição formadora é extremamente unidimensional e homogênea em termos de classe, apesar da luta de alguns excelentes professores.

Unknown

Esse Diego Escosteguy não é filho nem sobrinho de Jorge Escosteguy, é um primo de segundo grau ou outra relação distante com minha família, não me lembro de eu ou meus irmãos terem estudado com ele. Se você o conheceu no tal colégio espanhol isso ocorreu depois de 1987, quando fomos estudar lá, mesmo porque em 1983 /84 meu pai, junto com minha mãe Lucila Camargo, havia arrendado o jornal A Platéia, em Livramento.
Ele tem um sobrinho chamado Diego Escosteguy, mas é um homônimo dentro da familia.
Cordialmente,

Guilherme Escosteguy (filho de Jorge Escosteguy, jornalista e um socialista de coração)

Avelina

Olá Guilherme,
realmente vc. tem razão, conheci seu pai em 88 em uma festa do Colégio M.de Cervantes e não 83/84 como está no texto.
Fico feliz em saber que o filho do Jorge Escosteguy é um socialista de coração.
Como diz o ditado:quem sai aos seus não degenera.
Saiba que tinha mutio respeito e admiração pelo trabalho de seu pai.
Obrigada por esclarecer o não parentesco do homônimo da Veja com seu pai.
Avelina Martinez