13 de agosto de 2010

O mensalão mirim da Secretaria de Educação de SP.


A Secretaria estadual de educação de São Paulo, num ato de desespero eleitoral lança a idéia, no mínimo exdrúxula, de pagar propina a alunos que frequentem as aulas de recuperação nas escolas públicas paulistas.
Clique aqui para ler matéria sobre o assunto.

Que inversão total de valores é essa?
Ir a escola é um direito e um dever dos alunos regularmente matriculados nas escolas públicas ou privadas.
Sempre ouvimos de nossos pais:
-Seu trabalho é estudar.
-Tirar boas notas é sua obrigação de estudante.
Campanhas governamentais difundiram na sociedade a idéia de que criança não deve trabalhar, pois o trabalho rouba a sua infância e a possibilidade de estudar.
Na contramão da história o PSDB, toma uma medida de aliciamento dos alunos para que cumpram com seu dever, estudar.
As aulas de recuperação e reforço, deveriam ser entendidas por educadores e estudantes, que se está dando uma nova oportunidade àqueles alunos que, por N razões,não tiveram um bom aproveitamento das aulas regulares e tem, com essas aulas de reforço, uma nova chance de aprender o que não aprenderam nas aulas regulares.
Os "teóricos" da SEE alegam que as aulas não são obrigatórias, por isso os alunos não as frequentam e que a "propina" será um incentivo para que eles frequentem essas aulas.
Deveriamos refletir sobre esse desinteresse dos alunos em frequentar essas aulas de recuperação e reforço, sobre a eficácia dessas aulas, sobre o que falta nessas aulas para motivar os alunos a frequentá-las.
Deveriamos também nos debruçar sobre o planejamento dessas aulas, sobre as metodologias empregadas para recuperar a aprendizagem que não foi efetiva nas aulas regulares.
Mas isso seria pedir muito de uma Secretaria de Educação de um governo que há 16 anos negligencia o ensino público em São Paulo, desrespeita direitos dos professores, vilipendia os salários e a carreira do magistério público paulista.
Em qualquer sociedade séria deste mundo essa ação estaria sendo questionada na justiça como um ação deseducadora, antiética e antipedagógica.
Mas não aqui em São Paulo!
Em São Paulo, a mídia dá destaque a essa medida como algo normal e inovador.
Deveriamos exigir das autoridades educacionais de São Paulo duas explicações básicas:

1- Que teoria pedagógica dá embasamento a uma medida como essa?
2- De onde virá o dinheiro que deformará o caráter desses alunos, ensinando-lhes que tudo é possível quando há grana envolvida?

Finalmente, quando começarem a pipocar na imprensa golpista o blá-blá-blá sobre o não provado mensalão, onde deputados supostamente receberiam dinheiro para cumprir com suas obrigações, teremos que dizer aos alunos das escolas públicas paulistas que a escola os está ensinando a praticar os atos condenados nos outros, mas incentivados na formação deles.
Em época de eleição Vale Tudo, esta é a lição que o PSDB está dando aos alunos paulistas.
Isso é um escandalo.

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