30 de junho de 2010

Os Trapalhões, o retorno.



Transcrevo abaixo o texto de Chico Barreira na integra.

É um ótimo roteiro para um novo filme dos saudosos humoristas Dedé, Didi, Mussum e Zacarias.
Não foi a primeira, nem será a última, trapalhada desse grupo que, ávido pelo poder, não tem limites para suas armações desonestas e tramas sórdidas.
José Serra e seus aliados não perceberam que o Brasil mudou e que as crianças que passavam as tardes de domingo gargalhando com Didi, Dedé, Mussum e Zacarias cresceram e já não acham mais graça em programas humorísticos que zombam do povo simples e jogam tortas na cara dos mais ingênuos.




Uma autêntica palhaçada. O Jeito Serra de perder eleições
do blog:
fatosnovosnovasideias.wordpress.com

Este texto é uma atualização, com a inclusão do último capítulo da novela envolvendo PSDB e DEM, na escolha do vice de José Serra. Nesta madrugada de quarta-feira, os tucanos retiraram a candidatura de Álvaro Dias (PSDB-PR) que deu origem à crise. Nas matérias imediatamente abaixo dela, você poderá acompanha todos os lances, desde o primeiro capítulo.
O DEM está abrindo, esta manhã em Brasília, a sua Convenção Nacional para decidir, na cobrança dos pênaltis, se mantém coligação com o PSDB, em torno da candidatura de José Serra e, ao mesmo tempo, indicar, ou não , o candidato do partido para compor, como vice, a chapa do tucano.

Parece coisa de seriado barato da TV americana, mas só às três horas desta madrugada, o exausto e insone presidente nacional dos democratas, Rodrigo Maia, recebeu, no apartamento do senador Heráclito Fortes, em Brasília, um telefonema que começou a desanuviar a situação.

Era o senador Osmar Dias, do PDT que, muito encabulado, informava, que também na última hora, decidiu concorrer ao governo do Paraná, com o apoio do PT local. Com isso, ficou sem lógica política a escolha de Álvaro Dias para ser o vice de Serra. Álvaro, irmão de Osmar, também é senador, só que pelo PSDB. Serra o escolheu como companheiro de chapa porque entendeu que era importante impedir o fortalecimento do PT no Paraná, seu principal reduto eleitoral, depois de São Paulo.

O problema é que ao fazer isso, sem consultar ninguém, nem mesmo ao presidente de seu partido, o senador pernambucano Sérgio Guerra (em quem, diga-se de passagem, ele não confia), Serra rompeu acordo com o DEM, o velho aliado que seria contemplado com a candidatura a vice.

O que temos então: no domingo após receber uma série de más notícias, entre elas a de que estava perdendo terreno para Dilma no Sudeste e no Sul, Serra resolveu esquecer o Nordeste e o DEM e convidou Álvaro Dias. Na continuidade, cometeu outra bobagem: confidenciou isso a Roberto Jefferson, um corrupto confesso e notório porraloca, convertido recentemente em seu íntimo colaborador. Jefferson, sem perder tempo, espalhou a notícia pelo Twitter e ainda acrescentou, bem ao seu modo, que “O DEM é uma merda”

O resto todo mundo já sabe: Rodrigo e seu pai, Cesar Maia, reagiram dizendo que “merda é a mãe” e exigindo que Serra consertasse imediatamente “ essa grande cagada”, exatamente nesses termos.

A partir desse impasse, sucederam-se frenéticas reuniões em São Paulo e em Brasília. Numa delas, (terça à tarde, num hotel paulistano) até FHC participou. Tudo em vão. Serra além de não participar das conversações, mantinha-se irredutível. “O vice é o Álvaro, e pronto” A coisa ficou tão esquisita que até os Borhausen de Santa Catarina e o senador Agripino Maia, do Rio Grande do Norte, habitualmente apaziguadores, acabaram concordam com Rodrigo e exigiram mais respeito e compostura nas negociações.

Pouco antes, eles fizeram uma concessão importante: concordariam que o vice fosse um tucano, mas Álvaro teria que ser substituído. Foi quando todos olharam para Sérgio Guerra que já tinha sido cogitado para o cargo. Ele, porém, foi rápido e exclamou: “ Me tirem dessa pelo amor de Deus”.

A Convenção do DEM está sendo aberta agora às 7 horas da manhã, para cumprir os prazos legais estabelecidos pela legislação eleitoral. É como um livro aberto. Só Deus sabe o que será escrito nele.

Mas o melhor da história, eu deixei par o final. Quem resolveu o problema foi o presidente “licenciado” do PDT, Carlos Lupe. No fim da tarde de ontem, ele embarcou num jatinho, desembarcou em Curitiba, trancou-se numa pequena sala com o vacilante Osmar Dias e só saiu quando teve certeza de que o senador seria candidato ao governo do Paraná. Na reunião, ele teria sido curto e grosso, tipo assim: ou você sai candidato ao governo ou eu vou cuidar pessoalmente da sua expulsão do partido.

Lupe, há vinte e poucos anos, era um jovem jornaleiro, que mantinha uma banca a poucos metros do edifício onde Leonel Brizola morava, em Copacabana. O ex-governador o cativou, ele começou a militar no PDT, acabou presidente do partido e, de quebra, Ministro do Trabalho.

Seja o primeiro a comentar!