8 de abril de 2010

Fascista de todo o mundo: Uni-vos


Noticiado em vários jornais e portais de notícias de hoje:"Garzón vai para o banco" dos réus

O Supremo Tribunal da Espanha determinou que Baltazar Garzón, juiz que ficou famoso ao mandar prender o ex-ditador Augusto Pinochet, seja julgado por abuso de poder por abrir uma investigação sobre crimes do franquismo. Se condenado, pode ser suspenso por 20 anos.

A guerra civíl espanhola é um assunto que desperta interesse em historiadores, sociólogos, políticos, poetas e literatos do mundo todo.
Já foi tema de mutos filmes ,documentários, peças de teatro e teses acadêmicas não tendo, todavia,sido esgotado o assunto.
Há alguns dias, numa comunidade do orkut que se dedica ao tema, um participante fez uma pergunta em tom de surpresa: "Ainda existem franquistas na Espanha?"
Existem, eles estão por todas as partes, brotam e se renovam como tiririca, são como a praga da agricultura, de difícil eliminação.
O juiz Baltazar Garzón, que virou manchete em jornais do mundo todo por ter processado e condenado o ditador chileno Augusto Pinochett, tem um atuação brilhante na defesa dos direitos humanos para alguns, estrelíssima e espetaculosa para outros, mas uma atuação diferenciada sem dúvida alguma.
Enquanto esteve brilhando como o juiz defensor da cidadania, caçador implacável de ditadores latino-americanos foi apaludido e elevado à condição de herói nacional.
Bastou tocar no "manto da princesa", na bem guardada "jóia da Coroa", os verdugos da ditadura franquista e será processado por abuso de poder.
A sociedade espanhola que está, hoje, anestesiada pelas maravilhas do consumo desenfreado não está muito preocupada em dar seu voto ao PSOE social democrata, ou ao PP partido de direita herdeiro do franquismo que meteu a Espanha na aventura desatrosa da guerra do Iraque, desde que possa continuar consumindo e vivendo como um novo rico.
Mas há uma questão que realmente une o povo espanhol, ao menos a minoria: o esqueleto no armário da ditadura franquista deve ficar lá, bem guardadinho para a extrema direita, herdeiros e viúvas del "caudilho" ficarem em paz.
O juiz Garzón, cometeu um enorme erro, tentou tirar o esqueleto do armário, será julgado por abuso de poder.
"O juiz espanhol Baltasar Garzón será julgado, assim, por ter investigado a situação dos desaparecidos da Guerra Civil espanhola e a repressão posterior da ditadura franquista (1936-1975), num desafio à lei de anistia geral de 1977.
Garzón ficou conhecido mundialmente ao emitir uma ordem de prisão em desfavor do ex-presidente do Chile Augusto Pinochet pela morte e tortura de cidadãos espanhóis. Utilizou como base o relatório da Comissão Chilena da Verdade (1990-1991)."

Será que o juiz herói pensou que os altos cargos do judiciário espanhol já estavam arejados pela democracia?
Lembrei-me da enxurrada de críticas que vem sofrendo o PNDH 3 e, da quantidade de máscaras democráticas que vem caindo todos os dias nos meios políticos e midiáticos ao se referirem a atuação da ministra Dilma Rosseff durante a ditadura militar.

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