25 de abril de 2010

Analistas veem Dilma Rousseff como favorita nas eleições presidenciais

A Agência Reuters, publicou ontem (24/04/2010) uma sondagem com especialistas em análises políticas , sobre as eleições para presidente da República de 2010.
Dos 13 especialistas consultados, 9 dão como certa a vitória de Dilma Rousseff com índices de votação bastante semelhantes:

Entre 70% a 55% para Dilma e 30% a 45% para Serra.
Dois dos especialistas consultados acreditam que haverá um empate entre os dois candidatos e dois dos especialistas consultados dão vitória de Serra com 45% para Dilma e 55% para Serra um deles, e 40% para Dilma e 60% para Serra o outro.

Tirando-se a média das opiniões dos 13 especialistas o resultado é favorável a Dilma Rousseff que ganharia as eleições com um índice de 54,8% de votos contra 45,2% de Serra.

Pesquisas de intenção de votos, são sempre um tema bastante polêmico, é difícil para nós simples observadores entender a disparidade entre os resultados de um instituto de pesquisa e outro, acompanhar os salamaleques explicativos sobre as metodologias diferenciadas de cada instituto de pesquisa , tentar entender o porquê de um partido político entrar na justiça contra o resultado de um instituto que põem em cheque os resultados desfavoráveis ao seu candidato.

Sabemos que todos os institutos se dizem isentos, que trabalham com dados observáveis e com rigor científico, mas já houve casos de manipulação de resultados de pesquisas em vésperas de eleição para tentar puxar o tapete de Brizola nas eleições do Rio de Janeiro e pesquisas estapafúrdias que confrontadas com o resultado das urnas , davam a impressão que os tais institutos de pesquisa haviam feito as contas de cabeça.

Daí ficarmos sempre com a pulga atrás da orelha com essas pesquisas de intenção de votos.Afinal, se “erraram” nas contas uma vez, quem garante que não “errem” de novo, mesmo que não seja um “erro” intencional?

Essa sondagem da Agência Reuters chama a atenção para alguns pontos que gostaria de explicitar:

-São opiniões de cientistas políticos e pesquisadores que fazem essa projeção de resultados baseados em suas experiências profissionais e de observação em pleitos do mundo todo, basta digitar no Google o nome dos pesquisadores e das instituições às quais estão vinculados para constatar que eles tem competência técnica e autoridade para fazer essas projeções.

-A Agência Reuters não arriscaria o prestígio que tem mundialmente para favorecer o candidato A ou B pois com seu histórico não precisaria disso.
Vejam:

“A agência Reuters criou uma boa reputação na Europa por ser a primeira a reportar "furos" jornalísticos no estrangeiro, como a notícia do assassinato de Abraham Lincoln. Nos dias de hoje, quase todos serviços noticiosos são subscritores da Reuters. A Reuters tem mais de 14 mil funcionários que operam em 204 cidades e fornece textos em 19 línguas.” (da Wikipédia)

É interessante e animador para nós, partidários da candidatura de Dilma Rousseff ,ver que dos 13 especialistas apenas 2 previram a derrota de Dilma.

Há uma grandde probabilidade de que esses resultados se confirmem.

Mas nos chamou a atenção esses dois especialistas que prognosticaram a derrota de Dilma Rousseff e com uma diferença de votos bastante grande da maioria dos que afirmaram o contrário.

Fomos, então, pesquisar sobre os donos das duas opiniões discordantes.
Que fontes e conhecimentos tão especiais tem esses dois participantes da sodagem pra darem prognósticos tão diferente da maioria?

Não conseguimos chegar a uma opinião conclusiva, portanto reproduzimos o que pesquisamos dos dois discordantes, para que cada leitor tire suas próprias conclusões.




Um é o professor João Paulo Peixoto, veja pequena biografia abaixo.
Destaco apenas sua atuação no Banco Mundial :

Conheça João Paulo Peixoto

Bacharel em Comunicação Social (1972), possui um Master of Science em “Politics – Comparative Government” pela The London School of Economics and Political Science, LSE (UK), em 1985, além de um Certificado de Estudos Avançados em Ciência Política pela University of New Mexico, EUA, em 1991. Atualmente, é professor da Universidade de Brasília (UnB).
João Paulo possui larga experiência profissional, com atuação em instituições de renome, como Banco Mundial, Governo de São Tomé e Príncipe, Governo de Cabo Verde, Programa de Reforço Institucional da Administração Pública em Angola, da United Nations Department of Economic and Social Affairs (REFORPA/UNDESA), além dos Ministérios da Fazenda; Indústria e Comércio; e Educação. O professor é autor de livros e artigos sobre Política e Administração Pública (Reforma e Modernização do Estado), publicados no Brasil e no exterior.
Áreas de interesse: Políticas Públicas, Gestão Governamental, Administração Pública e Finanças Públicas.


O outro é o sociólogo Bolivar Lamounier, tucano declarado e freqüentador assíduo das páginas da Veja
Uma das muitas entrevistas do sociólogo à Veja:

"Veja – Qual a sua análise do atual governo?
Bolívar – Infelizmente, o saldo até aqui é negativo. Em primeiro lugar, é um governo que teve como principal triunfo o fato de ter mantido a política econômica da gestão anterior. Para fazer isso, no entanto, Lula teve de comprar muitas indulgências, sob a forma de juros estratosféricos, justamente porque durante mais de duas décadas o partido dizia coisas muito vagas ou muito pouco realistas sobre economia. Na política externa, temos tido uma seqüência de equívocos muito grandes, como essa relação carnal com a Venezuela e com Cuba. Do ponto de vista de gestão, eu avalio o governo como bastante ruim. Mesmo um ministro destacado e sério como Luiz Fernando Furlan, que está no setor que tem os melhores resultados, o do comércio exterior, fez uma crítica bastante contundente sobre a falta de projeto e a falta de organização do governo. No social, existe o Bolsa-Família, que é um pouco eleitoreiro, mas é um programa amplo, e é necessário reconhecer isso. Por fim, o governo afundou numa crise de corrupção que atingiu o ponto mais vulnerável do PT, a questão ética, porque era justamente aí que o partido se proclamava melhor do que os outros.

Veja – Ao desmoronar como partido ético, o PT parece ter perdido todo o resto. Por quê?
Bolívar – O PT foi fundado quando o socialismo no Leste Europeu estava a ponto de desmoronar. Assim, o socialismo que o partido sempre disse que estava inventando teria de se distinguir do marxismo-leninismo. Nessa metamorfose da ideologia de esquerda numa coisa mais difusa, o elemento ético foi preponderando sobre a visão da história e a teoria econômica próprias do marxismo. Pelo lado programático, você não uniria essa federação de grupos que forma o PT – estudantes, certo tipo de intelectuais, padres, sindicalistas, funcionários públicos, muitos deles da extração mais perfeitamente conservadora que o país havia produzido nas décadas anteriores. O que amalgamou tudo isso foi a visão messiânica de que dentro da igreja petista estava a virtude, e fora dela o pecado."


Eu não consegui chegar a nenhuma conclusão sobre as duas vozes discordantes da maioria

E vocês?

Seja o primeiro a comentar!