15 de abril de 2009

As Verdades de Kondratiev e as mentiras de outros

Kondratiev, era um economista soviético, o primeiro em estudar os ciclos de expansão e recessão da economia capitalista. Segundo seus estudos (dos ciclos) previu o começo de uma forte recessão no início dos anos 30. Como sabemos acertou em cheio.
Assim, sabemos que existem ciclos econômicos, acompanhados de ciclos sociais; a Europa depois dos anos 60-70, alcançou a tão desejada sociedade do bem-estar, começou a entrar numa lenta recessão política (que culminou com a quase vitória de Le Pen em 2002, Sharkozy, Merkel, Berlusconi, entre outros), até chegar no início da atual recessão econômica.
Recentemente pude observar, em minha vivência na Europa, que há uma tendência maquiavélica em exagerar os efeitos da crise atual, gerando um verdadeiro efeito de pânico nas pessoas, certo é, que a crise lá é um fato, mas essa tendência faz com que a crise e seus efeitos diretos aumentem. Tais efeitos foram e são aproveitados pelos grandes empresários e demais artifíces do grande capitalismo, para tentar destruir conquistas de dois séculos de luta operária ( como são, a proposta de 65 horas semanais de jornada laboral, ou os conhecidos “Contratos Basura”-contratos de lixo em espanhol), uma verdadeira vitória para os grandes empresários e um panorama desalentador para a juventude.
No mesmo sistema dos ciclos que tomamos emprestados de Kondratiev para torna-los sociais, a América Latina vem fazendo o caminho inverso da Europa, depois de épocas tão conturbadas nas décadas de 60,70 e 80, e um quase colapso econômico nos anos 90, podemos observar uma verdadeira reviravolta política ( Lula, Chávez, Morales, Correa, e outros) que proporcionaram uma ascenção econômica que hoje em dia pode fazer-nos sonhar, aos mais otimistas, com a sociedade de bem-estar.
Nossos antigos colonizadores hoje em dia nos veem como esperança dado ao triste panorama Europeu, até mesmo sua imprensa nos descreve com bons olhos; Como é então que nossa própria imprensa tente demonstrar o contrário?
É o que se pergunta minha parte européia, impressionada pelos avisos alarmistas mais maquiavélicos ainda que os dos europeus, de tentar procurar uma crise numa sociedade que cada vez mais, tem acesso aos bens, num país cada vez mais respeitado no panorama econômico internacional, onde pela primeira vez uma parcela maior da população, tem acesso a bens que anteriormente lhes estavam vedados.
Essa parte européia fica atônita e pasmada, a parte brasileira indignada, e às duas juntas lhes resta esperança no único lugar com previsões de futuro melhor.
Desacredito de uma imprensa golpista que tenta alarmar-nos com sua pseudo-crise, e simplesmente acredito fielmente no Brasil e na América Latina.



Colaboração de:
Gabriel David Brea Martínez
Gabriel é estudante de história da Universidad Autónoma de Barcelona
Fez seus estudos do ensino fundamental em escolas públicas brasileiras.

1 comentário

Gabi

Muito oportuno e elucidativo este artigo elaborado por Gabriel. Jovem e no entanto possuidor de uma vivência profunda pois conhece duas realidades distintas: a brasileira e a européia (em especial a de Espanha) que o torna um analista respeitável.Como se diz: só sabe quem vive.
Lurdinha