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O
cineasta Sílvio Tendleer é uma dessas pessoas que transcendem o
espectro corriqueiro do dia a dia em qualquer universo e se transforma
num facho de luz a deitar história para não percamos o mínimo elo que
nos sobra ou que buscamos, para nos manternos seres humanos livres e
agarrados com fé e determinação àquela que "não é carroça abandonada à
beira da estrada". A intimação policial a Tendler é um ato de violência
contra todos os brasileiros. E particularmente contra os que foram
vítimas da barbárie que foi a ditadura militar. Que nos processem a
todos, pois somos todos vítimas e aos indignados como Tendler, mas que
transforma a indignação em mostras magníficas e fundamentais no resgate
da História. Costumo dizer que muitas vezes se compara Tendler a Michael
Moore afirmando que o brasileiro é o "nosso" Moore. É o contrário.
Moore é o Tendler deles. Não importam divergências, importa a coragem e o
destemor de um diretor de cinema que cresce e abraça o País inteiro com
sua coragem, com sua determinação, com sua história e com sua luta. Um
exemplo para todos nós. Daqui a cem anos todos saberemos quem é Tendler
(o é e não o foi, cem anos, é pelo caráter eterno e indispensável de seu
trabalho) e ninguém saberá quem preside o Clube Militar. A História é
implacável com os medíocres, mas não com os lúcidos, os inteligentes, os
corajosos, os que lutam.
Laerte Braga
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