Quatro ex-vereadores envolvidos no escândalo da máfia dos fiscais dão suporte à candidatura do líder nas pesquisas de intenção de voto em São Paulo, Celso Russomanno (PRB), inclusive com participações em reuniões da campanha.
José Izar, Vicente Viscome, Zé Índio e Archibaldo Zancra foram acusados de participar de um esquema que teria arrecadado R$ 473 milhões em propinas de camelôs ilegais entre 1997 e 2000, durante a gestão Celso Pitta - Izar e Viscome foram condenados. Hoje, estão na linha de frente na busca de votos para Russomanno na zona leste da cidade.
A entrada dos quatro envolvidos no escândalo teve o aval de um dos coordenadores da campanha de Russomanno, o deputado estadual Campos Machado (PTB), dizem integrantes da coligação que apoia Russomanno ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo eles, foi uma forma de “suprir a carência” de bases regionais.
Condenado pelo crime de extorsão, Viscome passou seis anos preso. Agora tenta voltar à Câmara Municipal pelo PRP. Ele é o principal cabo eleitoral de Russomanno na Mooca, onde tem uma concessionária de veículos.
José Izar, também condenado a oito anos de prisão - ele recorre em liberdade - , participa de eventos de campanha do líder nas pesquisas e até ofereceu suporte jurídico ao comitê. O ex-advogado do Corinthians também comanda a busca de votos em regiões do Brás e do Tatuapé, onde mantém ligação com os comerciantes.
Outro envolvido no escândalo que está na linha de frente da campanha de Russomanno na região da Vila Prudente é o ex-vereador Archibaldo Zancra. Com influência política na Administração Regional da Vila Prudente na época da máfia dos fiscais - as Regionais foram substituídas pelas subprefeituras na gestão Marta Suplicy -, Zancra é figura presente no comitê de Russomanno. Nesta segunda-feira (1), por exemplo, passou a tarde no QG da campanha, na zona sul.
Zé Índio, que agora ajuda a pedir votos para Russomanno no Tatuapé e na Vila Prudente, era um dos chefes da Administração Regional da Mooca quando estourou o escândalo de achaque de vereadores contra camelôs.
Campos Machado
O deputado estadual Campos Machado (PTB) afirmou nesta segunda-feira ter fechado apoio com a Associação de Ex-Vereadores de São Paulo. Ele afirma não ter conversado pessoalmente ou autorizado a entrada na campanha de ex-parlamentares envolvidos na máfia dos fiscais.
“A associação tem mais de 200 ex-parlamentares. Conversei apenas com o presidente da entidade, Almir Guimarães (ex-vereador). Não tem como controlar todo mundo que participa pela entidade”, afirmou Machado.
Procurada, a assessoria de imprensa de Russomanno informou que “os ex-vereadores não desempenham nenhuma função específica na campanha”. “Eles só manifestaram apoio ao candidato”, disse a assessoria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
Vida pública
Tornou-se candidato a deputado federal em 1994 pelo PSDB , tornando-se naquele ano o deputado mais votado do Brasil.[1]
Mandatos eletivos
- Deputado federal 1995 a 1999 - PSDB [3]
- Deputado federal 1999 a 2003 - PPB [3]
- Deputado federal 2003 a 2007 - PPB [3]
- Deputado federal 2007 a 2011 - PP [3]
Atuação política
Em 2011 desfiliou-se do Partido Progressista devido a desentendimentos com Paulo Maluf e filiou-se ao PRB para disputar as eleições.[4]
Em 2012 é candidato pelo PRB a Prefeitura de São Paulo .
Controvérsias
Acusação de exercício ilegal da advocacia
Segundo a revista Consultor Jurídico , em 1998 Russomanno foi acusado por exercer ilegalmente a advocacia no qual mantinha o serviço "Plantão Jurídico", pelo sistema 0900, em que oferecia pelo telefone uma "orientação dos seus direitos". O serviço custava na época R$ 3,95 por minuto.[5]
Ainda segunda a revista, a denúncia foi registrada por dez subseções da Ordem dos Advogados do Brasil e contemplava os seguintes fatos a cerca de Russomanno:[5]
- ser bacharel em direito pelas Faculdades Integradas de Guarulhos, mas não ser advogado, uma vez que ele não foi aprovado no exame da Ordem para obter o registro que autoriza o exercício da profissão;
- ter se apresentado como advogado no repertório biográfico da Câmara dos Deputados;
- ter praticado aliciamento de clientes, pois a captação de clientes foi feita através de anúncio em que a própria voz do Russomanno se apresentava.
Incor
Em 2002 Celso Russomanno foi acusado de agredir uma funcionária do Instituto do Coração (Incor) e de ter danificado as dependências do hospital, porém foi absolvido desta acusação pelo Supremo Tribunal Federal .[6] [7] [8]
Acusação de falsidade ideológica
Celso Russomanno, tornou-se réu por falsidade ideológica no Supremo Tribunal Federal , acusado pelo Ministério Público Federal de simular contrato de imóvel para mudar seu domicílio eleitoral e assim concorrer a Prefeitura de Santo André, em 2000.[9] .
1,1 milhão de reais para ONG
Em 2010 foi autor de uma emenda para destinar 1,1 milhão de reais para uma ONG que preside e administra em conjunto com familiares. A prática de apresentar emendas para parentes é vedada pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).[10] .
Após a revelação do caso, inicialmente o deputado negou a irregularidade e chegou a ameaçar abrir um processo contra o denunciante caso a reportagem fosse veiculada; porém, em segundo momento, Russomanno informou que iria redirecionar o R$ 1,1 milhão para outras entidades, em lugar da ONG administrada por seus familiares: o Incor e aFaculdade Paulista de Medicina .[11]
Suposto envolvimento com Carlos Cachoeira
Uma gravação interceptada pela Polícia Federal , durante a Operação Monte Carlo , indica que Celso Russomanno estaria relacionado ao esquema operado pela quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos , vulgo Carlinhos Cachoeira. Um relatório da Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal, revelado pelo jornal Correio Braziliense , mostra que Russomanno é citado em diálogo como detentor de sete milhões de reais em uma conta que seria operada pelo grupo do bicheiro.[12]
O candidato Celso Russomanno negou envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira[13] e encaminhou documento à CPI colocando à disposição seus sigilos telefônico, fiscal e bancário.[14]
Referências
- ↑ a b Resultados das Eleições 1994 - São Paulo - deputado federal . Tribunal Superior Eleitoral (1 de maio de 1999). Página visitada em 28 de agosto de 2012.
- ↑ Celso Russomanno concede entrevista à Revista Veja . Senado.gov.br (30 de Julho de 2012). Página visitada em 30 de julho de 2012.
- ↑ a b c d e Biografia Celso Russomanno . Câmara.gov.br (30 de Fevereiro de 2010). Página visitada em 30 de Fevereiro de 2010.
- ↑ Daniel Roncaglia - Folha de SP (26/09/2011). Com críticas a Maluf, Russomano deixa PP e filia-se ao PRB .
- ↑ a b Celso Russomanno pode ser processado por exercício ilegal da advocacia . ConJur (13 de agosto de 1998). Página visitada em 31 de julho de 2012.
- ↑ STF absolve Celso Russomanno da acusação por quebrar porta de hospital . Folha.com (4 de novembro de 2010). Página visitada em 31 de julho de 2012.
- ↑ Carolina Iskandarian e Roney Domingos (31 de janeiro de 2007). Celso Russomano . Portal G1. Página visitada em 2 de agosto de 2012.
- ↑ Supremo recebe denúncia contra deputado Celso Russomanno . Folha de São Paulo (1 de março de 2007). Página visitada em 2 de agosto de 2012.
- ↑ Russomanno é acusado de falsidade ideológica . O Estado de S.Paulo (21 de junho de 2012). Página visitada em 31 julho de 2012.
- ↑ Russomanno destina R$ 1,1 milhão para ONG que preside . Portal iG (8 de dezembro de 2012). Página visitada em 31 de julho de 2012.
- ↑ Russomanno revê emenda e retira recursos para sua ONG . Portal iG (8 de dezembro de 2012). Página visitada em 31 de julho de 2012.
- ↑ Agência O Globo (31 de julho de 2012). Gravação da PF relaciona Russomanno a Cachoeira . Yahoo! Notícias. Página visitada em 31 de julho de 2012.
- ↑ Título não preenchido, favor adicionar . Página visitada em 2012-08-17.
- ↑ Após denúncia, Russomanno coloca sigilos à disposição de CPI . Página visitada em 2012-08-17.
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