Opinião deste blog:
Da #democraciarealya à #WorldRevolution
A democracia não é algo estático e muito menos definido, mas um processo que deve estar em constante construção”[1]
Recentemente acompanhamos pela internet, e com grande cobertura pelos principais meios de comunicação de massa, as revoltas democratizantes no mundo árabe. Todos nós fascinados pelas possibilidades de mobilização a partir da apropriação cidadã das ferramentas da internet. Cidadãos, cansados e sufocados por ditaduras, invadem a rede e tomam as ruas exigindo a mudança dos regimes e a saída dos ditadores.
Mas este processo detonou algo inesperado, talvez, também nos países desenvolvidos que convivem com a até então sólida democracia representativa: o questionamento do próprio sistema político na perspectiva de superação e ampliação para uma democracia participativa. Na Espanha os ingredientes da crise econômica e a aprovação de uma lei antipopular que limita as liberdades civis na Internet detonaram uma cadeia de mobilizações que agora é global.
Democracia Real Já
O movimento #nolesvotes, mutante como tudo construído colaborativo na rede, passou a ser agora também propositivo e ganhou dimensões populares no dia 15 de maio #15M quando sob o lema “Democracia Real Já” (#democraciarealya) invadiu as principais praças das cidades na Espanha. Não foi uma simples mudança de hashtag, mas o questionamento dos limites e legitimidade da democracia representativa na perspectiva de superação para uma democracia participativa nos tempos de Internet.
Os jovens saíram as ruas e subitamente todos os partidos envelheceram...!
Este movimento, típico da era das sociedades em rede[6], é descentralizado, sem lideranças definidas, sem a participação dos partidos políticos, sindicatos ou associações tipicas da era industrial. Um cartaz nas ruas da Espanha sintetiza muito o momento que estamos vivendo: "Os jovens saíram as ruas e subitamente todos os partidos envelheceram...!"
Por outro lado a junta eleitoral de Madrid, proibiu a concentração do Acampamento del Sol , alegando que “pode afetar a campanha eleitoral e a liberdade dos cidadãos e direito ao voto”. Os manifestantes continuam lá acampados. Na noite de sexta-feira (20), em Barcelona, a #acampadabcn reunia 45 mil pessoas na Praça Catalunya para votar uma plataforma comum e, num ato desesperado e hilário dos Mossos d'Esquadra (polícia da Catalunya) estes exigiam a formação de filas para a identificação dos presentes. Apenas despertaram o riso dos cidadãos presentes.
Outra sacada interessante para nossa reflexão foi a frase do ex-presidente da Junta de Extremadura, Juan Carlos Rodrígues Ibarra [4] ao Presidente espanhol Rodrigo Zapatero[5] em Cáceres nesta semana ao comentar as manifestações: “Os jovens não são anti-sistema, é o sistema que é anti os jovens”.
#BrasilRevolução #BrazilRevolution
Sei que é cedo e apressado para tentarmos rotular ou definir os rumos destes movimentos que deixaram a esquerda e a direita perplexas e as empresas de comunicação de massa praticamente muda no Brasil. É cedo para percebermos o real impacto destas mobilizações no cenário político brasileiro, mas alguns ingredientes já estão na mesa. A luta por direitos civis na internet e a gestão do novo direito autoral assumem dimensões políticas muito relevantes para serem relegadas a segundo plano.
http://alt1040.com/author/geraldine/
http://www.elmundo.es/blogs/elmundo/catalejo/2011/01/24/ley-sinde-for-dummies.html
http://es.wikipedia.org/wiki/Juan_Carlos_Rodr%C3%ADguez_Ibarra -
Publicado originalmente em http://softwarelivre.org/branco/blog/da-democraciarealya-a-worldrevolution.
Seja o primeiro a comentar!
Postar um comentário